Sporting sai da Madeira líder e sem Taça

Marítimo segue para os quartos-de-final, após um triunfo por 2-0 sobre os “leões”, que sofreram o primeiro desaire da época em provas nacionais.

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LUSA/HOMEM GOUVEIA

Foi uma estadia prolongada na Madeira com “mixed feelings” para o Sporting: líder seguro com vitória sobre o Nacional e eliminado da Taça de Portugal, ao perder com o Marítimo, por 2-0. Nos Barreiros, mandou a equipa madeirense, que segue para os quartos-de-final, enquanto os “leões” regressam a Lisboa com menos um objectivo por que lutar, depois de terem sofrido apenas a sua segunda derrota da época (a primeira em provas nacionais), mais de três meses depois de terem perdido com o LASK Linz para a Liga Europa.

Depois da luta na lama na Choupana, o Sporting manteve-se na Madeira para jogar ao nível do mar, nos Barreiros, e com um desafio diferente para uma outra competição. A pensar na semana intensa que tem pela frente, Rúben Amorim fez alguma rotação, poupando alguns habituais titulares (Adán, Coates, Porro, João Mário e Pedro Gonçalves) para este confronto com o Marítimo, que encontrou um novo fôlego desde que Milton Mendes saltou da equipa sub-23 para o lugar que era de Lito Vidigal. 

Mudavam muitos nomes, não mudava a estratégia. O plano dos “leões” era o de explorar a profundidade, com a velocidade dos seus homens do ataque (Nuno Santos, Tabata e Tomás) e a chegada à área de um dos seus médios (Matheus), e foi exactamente assim que esteve bem perto do golo logo aos 7’. Plata, a jogar a lateral-direito, lançou Matheus no flanco, e dele saiu o cruzamento para Tiago Tomás, com o pé esquerdo, acertar na trave. 

Os “leões” tiveram uma série de lances semelhantes no ataque à baliza de Caio Secco, mas pareciam ter demasiada pressa em lá chegar, sem a habitual paciência na construção, e, por isso, as jogadas acabavam muitas vezes em foras-de-jogo, ou em remates com pouca probabilidade de êxito. 

O Marítimo, sempre razoavelmente seguro a defender este estilo de jogo, poucas vezes se aventurou no ataque durante a primeira parte. Rodrigo Pinho, o goleador com a saída anunciada para o Benfica, praticamente nem se viu. Mas contribuía para a missão colectiva de atrapalhar a construção do ataque sportinguista a partir do seu meio-campo.

Foi assim a primeira parte e foram assim os primeiros 20 minutos da segunda. O Sporting a tentar fazer alguma coisa no jogo, o Marítimo perfeitamente seguro do que estava a fazer. Tabata teve uma boa hipótese de alvejar a baliza maritimista aos 59’, após boa jogada de Plata, mas o remate do brasileiro foi bem parado por Caio Secco.

Quando Amorim se preparava para compor a equipa com uma das suas figuras (Pedro Gonçalves), o Marítimo chegou ao golo, aos 68’. Um erro na saída de bola do Sporting deixou os “leões” expostos. Bambock trabalhou bem com Feddal em cima e deixou para Rodrigo Pinho, que pensou e executou depressa para o 1-0. Ainda havia tempo para a resposta dos “leões” e, nos cinco minutos seguintes, seguiram para jogo quase todos os que tinham ficado de fora, incluindo Coates, não para o eixo da defesa, mas para o ataque (uma solução de desespero para Amorim, e para outros treinadores que o antecederam).

Mas nem com a sua primeira unidade completa o Sporting conseguiu fazer grande mossa aos madeirenses, que voltaram a ser felizes aos 79’. Num canto batido a partir da esquerda, Rodrigo Pinho desviou ao primeiro poste para a pequena área, onde estava Léo Andrade para fazer o 2-0 e reduzir a capacidade de luta do Sporting quase a zero. 

Os “leões” não tiveram resposta para a grande eficácia e a tremenda serenidade do Marítimo, que segue em frente com mérito. Quanto ao Sporting, ficou com os horizontes competitivos reduzidos a campeonato e Taça da Liga.

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