André Ventura eleva a fasquia: quer ter mais votos que a esquerda toda junta

Depois de Marine Le Pen neste fim-de-semana, está previsto que o líder do Chega tenha também Salvini ao seu lado no dia 15.

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Andrá Ventura fez um jnatar-comício com Marine Le Pen

A pouco mais de meia hora do arranque oficial da campanha eleitoral para as presidenciais de 24 de Janeiro, André Ventura subiu a sua parada: o objectivo é agora ter mais votos do que a esquerda toda junta, ou seja, Ana Gomes, João Ferreira e Marisa Matias somados. “Não quero apenas ficar à frente de Ana Gomes. Quero ter mais do que toda a esquerda junta. É esse o nosso desafio”, fixou o candidato e líder do Chega num jantar com uma centena de militantes, essencialmente dirigentes, e com a comitiva da francesa Marine Le Pen, no concelho de Sintra, na noite deste sábado.

“Na noite de 24 de Janeiro a nossa missão só pode ser uma: devolver a esquerda à insignificância que sempre devia ter tido”, afirmou o candidato, depois de ter vincado que estas eleições “marcam o início de um novo paradigma político na Europa e marcam o início do fim definitivo da esquerda em Portugal”.

André Ventura, que discursou depois de Marine Le Pen, rematou a sua intervenção de 20 minutos ao estilo apoteótico em gritos: “A 24 de Janeiro vamos provocar o maior terramoto político que alguma vez houve em Portugal e a maior ruptura de sempre no sistema. António Costa reza e reza muito, muito, para que eu não vença as eleições, porque, se acontecer, tens o caminho da rua apontado.”

Questionado pelo PÚBLICO no final do jantar-comício, Ventura disse estar “convencido” que já ultrapassou Ana Gomes apesar de a última sondagem da TVI desta semana os colocar empatados com 11,4%. “Na prática, o voto envergonhado é muito maior no Chega e em mim do que na Ana Gomes, acho que isso é evidente. Portanto, se as sondagens nos dão igual, eu tenho a certeza que vou ter mais. E hoje pus um desafio ainda maior: ter mais do que a esquerda toda.” O candidato admite que “vai ser difícil.” Por isso diz que o “grande objectivo” continua a ser ficar à frente da candidata socialista e forçar uma segunda volta. Com tantas fasquias, “vai ser muito difícil dizer na noite eleitoral que foi uma vitória absoluta, mas pode ser que seja, nunca se sabe”.

Tal como os restantes candidatos, André Ventura está a reformular a campanha que estava delineada: vão ser eliminadas as arruadas e jantares e as acções serão concentradas em comícios em auditórios. Para já está também fora de questão a habitual arruada do Chiado com que os candidatos fecham a campanha de Lisboa. Mas a candidatura tem já a confirmação de que o ex-vice-primeiro-ministro e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que lidera a Liga Norte e o movimento Noi Con Salvini, também de matriz de extrema-direita, irá participar na campanha de Ventura no dia 15, supostamente quando este estiver no distrito de Viseu.

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