FC Porto teve de sofrer antes de Luis Díaz decidir

“Dragões” superam adversidades e garantem vitória suada na despedida de 2020, interrompendo série do V. Guimarães.

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Taremi apontou os dois primeiros golos do FC Porto LUSA/HUGO DELGADO

Pressionado pelas vitórias da concorrência directa na 11.ª jornada da Liga, o FC Porto impôs-se em Guimarães depois de recuperar duas vezes de uma desvantagem no marcador, embalado pela qualidade de Luis Díaz (2-3). Este resultado repõe a diferença de dois pontos para o segundo e de quatro para o líder do campeonato.

O campeão apresentou-se em Guimarães com uma alteração de última hora, a somar à ausência de Mbemba no eixo defensivo. Sérgio Conceição era confrontado com a subtracção “disciplinar” de Otávio - elemento preponderante no momento actual da equipa -, punido na sequência de declarações no final da Taça de Portugal, em Agosto. 

E quando se esperava que o treinador portista apostasse no colombiano Luis Díaz para suprir a lacuna, os “dragões” surgiram com Romário Baró de início, numa aposta que não surtiu o efeito desejado e obrigou, de resto, o técnico a rectificar a opção pouco depois da primeira meia hora de jogo, numa dupla substituição em que foi obrigado a render Pepe, por lesão. Depois de admoestado, Baró arriscava a expulsão que o treinador evitou com a troca por Díaz.

Nessa altura, já o FC Porto se encontrava em desvantagem, na sequência de um autogolo de Diogo Leite: de um passe falhado de Matheus Uribe, na primeira fase de construção, resultou uma iniciativa individual de Rochinha, a explorar o remate de meia distância, desviado pela cabeça do central portista que rendera Mbemba no “onze” inicial.

Depois de ter sobrevivido a um susto logo no segundo minuto de jogo, num erro de Sacko que Corona não capitalizou, o Vitória de Guimarães estava em vantagem sem sequer precisar de o justificar. 

A partir daí, a equipa da casa - que assim acabava com a inviolabilidade da baliza de Marchesín nas quatro deslocações anteriores dos “azuis e brancos” - passava a contar com o tempo como aliado, apesar de o FC Porto ter tido uma reacção forte à contrariedade que acabou por marcar uma primeira parte de nervos e ansiedade, acentuados pelo desperdício de Taremi e Luis Díaz.

O colombiano teve, contudo um efeito positivo no jogo dos “dragões”, que voltou a assumir as rédeas para “sitiar” um V. Guimarães programado para arriscar apenas o estritamente necessário. Os minhotos atacavam somente pela certa, desperdiçando uma boa oportunidade de pressionar e desequilibrar o FC Porto num momento de fragilidade emocional.

Nesta conjuntura, o FC Porto acabou mesmo por igualar antes de recolher ao intervalo, aproveitando a solicitação de Sérgio Oliveira a Marega, com o maliano a oferecer, na área vitoriana,  o golo do empate ao iraniano Taremi (42’).

Sérgio Conceição podia respirar um pouco depois de ter sido obrigado a fazer duas substituições numa altura crítica, ganhando algum tempo para ajustar a estratégia que permitisse garantir a ambicionada vitória. 

A segunda parte prometia um guião semelhante ao da primeira, mas depois de algumas investidas dos portistas, foi o Vitória a colocar-se de novo em vantagem, num golo de Estupiñán, a finalizar de cabeça após cruzamento de Quaresma. 

Conceição tinha motivos para desesperar, mas Luis Díaz desenhou de imediato o golo que Taremi não desperdiçou (65’), colocando rapidamente o jogo numa espécie de vertigem que ainda não tinha conhecido, com o Vitória a perceber que podia aproveitar a descompensação do adversário. João Henriques deu mesmo instruções para manter a pressão no limite, lançando Edwards para os instantes finais, na esperança de um rasgo que lhe garantisse a quarta vitória consecutiva na Liga. 

Isto depois de Varela ter negado o terceiro golo do FC Porto num cabeceamento de Marega. Infelizmente para os anfitriões, a entrada de Edwards coincidiu com o golo de Luis Díaz, a dar pela primeira vez vantagem ao FC Porto e a devolver o terceiro lugar aos campeões nacionais. 

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