Seis títulos depois, Thomas Tuchel vai deixar o PSG

O técnico alemão mantinha há muito uma relação tensa com a estrutura directiva dos parisienses. Mauricio Pochettino deve ser o próximo treinador dos campeões franceses.

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Thomas Tuchel Reuters/POOL

O último jogo até terminou com uma goleada a seu favor (4-0 no Parque dos Príncipes contra o Estrasburgo), mas após conquistar seis troféus em duas épocas como treinador do Paris Saint-Germain, Thomas Tuchel vai deixar o comando técnico dos campeões franceses.

Na sua passagem por Paris, o alemão teve problemas com os dois directores desportivos com quem trabalhou (Antero Henrique e Leonardo) e esta época já tinha mais derrotas (seis) do que em toda a temporada anterior (cinco), mas terão sido algumas declarações divulgadas por um canal alemão em que Tuchel critica o clube que provocou a tensão que fez partir a corda entre o técnico e o PSG.

Depois de Kombouaré, Ancelotti, Blanc e Emery, Tuchel é o quinto técnico despedido pelo PSG desde 2011, altura em que o emir Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, um dos homens mais ricos do mundo, começou a aplicar uma fracção da fortuna do Qatar nos parisienses.

Com mais de mil milhões de euros investidos em contratações desde essa data com o objectivo de chegar ao topo do futebol europeu, o PSG esteve há quatro meses em Lisboa perto de alcançar a desejada conquista da Liga dos Campeões, mas Tuchel não o conseguiu (derrota frente ao Bayern Munique) e, esta época, os resultados estão longe de satisfazer a exigência dos investidores do Qatar: o PSG soma quatro derrotas em 17 jogos na Liga francesa.

Sem o habitual passeio nas provas internas, o que nos últimos anos foi servindo aos técnicos do clube de rede para amparar os insucessos europeus, e com uma conturbada relação com a estrutura directiva dos parisienses, a posição de Tuchel no PSG estava há muito fragilizada e a “gota de água” para o clube terão sido algumas declarações do técnico ao canal alemão Sport1.

Numa entrevista que Tuchel diz ter sido divulgada sem o seu consentimento, o germânico acusou os responsáveis do PSG de falta de apoio, mesmo quando esteve muito perto de alcançar o principal objectivo do clube: “Faltava uma partida para ganhar a Liga dos Campeões e nunca tivemos a sensação que os tínhamos convencido ou que reconheciam o nosso trabalho.”

Tuchel comentou ainda a difícil gestão de um balneário repleto de estrelas em Paris, porque “no PSG há muitas influências que vão muito além dos interesses da equipa”, o que, segundo o técnico, condicionava o seu trabalho: “No início até me questionava: Ainda sou um treinador ou um político? Onde está o meu papel como treinador?”

Embora a saída de Tuchel continue por oficializar, Mbappé antecipou-se aos dirigentes do clube e, numa publicação na sua conta do Instagram, escreveu uma mensagem de despedida para o técnico nas suas redes sociais: “Infelizmente é a lei do futebol, mas ninguém vai esquecer a tua passagem. Escreveste uma bela linha na história do clube e digo-lhe obrigado treinador.”

Para o lugar de Tuchel, a imprensa francesa dá como garantida a chegada a Paris de Mauricio Pochettino. O argentino, que representou o PSG como jogador, está sem clube desde que foi despedido pelo Tottenham em Novembro de 2019.

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