PS recomenda concessão de honras de Panteão Nacional a Egas Moniz

Projecto de resolução não pressupõe a trasladação do corpo, que se encontra sepultado no cemitério de Avanca.

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Panteão Nacional Margarida Basto

O grupo parlamentar do PS vai apresentar na Assembleia da República um projecto de resolução para que sejam concedidas honras de Panteão Nacional a Egas Moniz, o primeiro e único português a receber o Prémio Nobel na área da ciência.

Para os socialistas, esta seria a forma de “homenagear o médico, cientista, político e escritor, evocando assim o seu papel no desenvolvimento da ciência em Portugal, na sua projecção internacional”, sempre com um forte sentido de dever e de comunidade”.
 
A iniciativa é promovida pelo deputado Hugo Oliveira, natural de Avanca, localidade onde nasceu Egas Moniz, e assinada pelos deputados socialistas de Aveiro, e será entregue na Assembleia da República no primeiro trimestre de 2021. O projecto de resolução será formalmente apresentado “após um conjunto alargado de audições num grupo de trabalho que o PS recomenda que seja criado para o efeito, sob a coordenação do deputado Hugo Oliveira”.

“Além de todos os partidos políticos, o PS pretende que sejam também ouvidas a Câmara Municipal de Estarreja, a Junta de Freguesia de Avanca, a comunidade científica e civil, assim como a família de Egas Moniz, com vista a gerar um entendimento alargado sobre a grandiosidade da obra e vida de Egas Moniz”, diz uma nota do grupo parlamentar do PS.

O projecto base proposto pelo PS que “prevê a atribuição de Honras de Panteão não pressupõe a trasladação do corpo, que se encontra sepultado no cemitério de Avanca, ao lado da sua esposa, por sua vontade, respeitando desta forma a sua vontade de ficar sepultado na sua terra natal, à qual doou grande parte do seu legado”, acrescentam os socialistas.

O diploma do PS recorda ainda o empenho de Egas Moniz na causa republicana, como político, tendo fundado o Partido Centrista, em Outubro de 1917, que mais tarde “se vem a fundir no Partido Nacional Republicano liderado por Sidónio Pais, depois de ter sido deputado desde 1903 e um dos deputados constituintes da Assembleia Nacional de 1911”.

“Foi durante o regime Sidonista que Egas Moniz exerceu funções de Embaixador de Portugal em Madrid (1917) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1918). Foi nesta qualidade que chefiou da representação portuguesa da delegação portuguesa à Conferência de Versalhes no final da Grande Guerra. Com o fim do regime de Sidónio Pais, Egas Moniz abandona os cargos políticos, deixando definitivamente a actividade política em 1919”, lembra o PS.

Na semana passada o PS recomendou honras de Panteão Nacional para Eça de Queiroz.

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