Designer canadiano Peter Nygard detido por várias acusações de exploração sexual

Peter Nygarde, de 79 anos, foi detido esta segunda-feira pelas autoridades canadianas a pedido das autoridades dos Estados Unidos da América.

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designer canadiano Peter Nygard, um dos fabricantes de roupa mais ricos do Canadá, de 79 anos, foi detido esta segunda-feira na sequência de múltiplas acusações de abusos sexuais de mulheres e de pedofilia. As vítimas foram atraídas ao longo de 25 anos com promessas de oportunidades no mundo da moda. 

Nygarde foi detido pelas autoridades canadianas a pedido das autoridades dos Estados Unidos da América (EUA). De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, o designer foi indiciado com nove acusações.

De acordo com a agência Lusa, esta terça-feira foi decretada a prisão preventiva pelo tribunal de Winnipeg, no Canadá, e ainda não é conhecida a data para a sessão que vai decidir a fiança. Sabe-se apenas que vai haver outra sessão agendada para 13 de Janeiro. Questionado pela France-Presse (AFP), o advogado do designer recusou prestar declarações.

Peter Nygard é também acusado de tráfico sexual, depois de uma rusga do Departamento Federal de Segurança (BFI, na sigla inglesa), aos gabinetes do designer em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no início deste ano.

A rusga ocorreu depois de dez mulheres processarem Nygard, alegando que o canadiano atraiu mulheres jovens e pobres para a casa que tinha nas Bahamas, com dinheiro e promessas de trabalho no mundo da moda. Várias denunciantes, de acordo com o processo que deu entrada nas instâncias judiciais de Nova Iorque, explicitam que tinham entre 14 e 15 anos quando Nygard lhes deu álcool e drogas e depois as violou - algumas delas já tinham historial de abusos.

Peter Nygard negou todas as acusações que lhe foram feitas e atribuiu as culpas a uma disputa que tem com um vizinho bilionário nas Bahamas. O designer terá utilizado os recursos do Grupo Nygard, entre os quais os funcionários, para recrutar raparigas menores. Os funcionários terão recorrido à força, fraude e coerção para coagir as raparigas, que foram abusadas sexualmente por Peter Nygard e por outras pessoas.

O designer abusava das raparigas e em troca prometia apoio financeiro e uma carreira de modelo, mas acabava por controlar todos os movimentos das vítimas. A acusação também indica que o designer apelidava as vítimas de “namoradas” ou “assistentes” e que as obrigava a acompanhá-lo em viagens, para poder continuar os abusos sexuais.

Nygard também terá coagido as vítimas a recrutar outras menores para continuar os abusos. O designer pressionava ainda as raparigas a terem relações sexuais com outros homens em clubes de ‘swing’ em Nova Iorque, Miami, Los Angeles e na cidade canadiana de Winnepeg. Além disso, costumava fazer “trocas” com os empresários e amigos para poder fazer relações sexuais com outras raparigas.

O escândalo é adensado pelas “Pamper Parties”, em Marina del Réu, na Califórnia, e nas Bahamas, em que várias mulheres, algumas das quais menores, eram drogadas para depois serem violadas. De forma a silenciar as vítimas, segundo a investigação do FBI, Peter Nygard pagava frequentemente elevadas quantias, que costumavam ser de milhares de dólares.

No total, 57 mulheres, incluindo 18 canadianas, fazem parte deste processo judicial, que alega também que a empresa de Nygard subornou as autoridades das Bahamas e que utilizou a “influência considerável na indústria da moda” para encontrar vítimas naquele país, nos Estados Unidos e no Canadá.

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