Faltaram 157 médicos à Prova de Acesso. Menos do que no ano passado

O exame, que serve para seriar os diplomados em Medicina, não tem uma segunda chamada e estes clínicos terão que esperar mais um ano pelo acesso à especialidade.

Foto
teresa pacheco miranda

Mais de 150 jovens médicos não fizeram a Prova Nacional de Acesso (PNA), que serve para seriar os diplomados em Medicina, realizada no último dia do mês passado, apesar de estarem inscritos na mesma. Este número é, porém, inferior em 14% ao registado no ano passado, o que parece indicar que a covid-19 não teve grande influência na afluência dos clínicos ao exame. Quem tivesse tido um diagnóstico positivo à doença, mesmo que estivesse assintomático, não podia realizar o prova e o regulamento não prevê uma segunda chamada.

Estavam inscritos 2795 jovens médicos na PNA deste ano e só 2638 a completaram, segundo os dados disponibilizados ao PÚBLICO pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que gere o processo. Ou seja, 157 pessoas que estavam inscritas não a realizaram ou não chegaram ao fim da prova. Os números incluem aqueles que faltaram, mas também os que, tendo comparecido, desistiram do exame.

Até ao ano passado, a seriação dos diplomados em Medicina para acesso à especialidade médica era feita com base num exame com moldes diferentes. Por isso, só 2019 serve como termo de comparação. Nessa prova, inscreveram-se 2769 médicos, tendo-a completado 2587, segundo a ACSS. Feitas as contas, 182 não chegaram a entregar a PNA. São mais 25 jovens clínicos do que este ano.

O rácio entre o número de inscritos e o número de provas concluídas também subiu 1,1 pontos entre um ano e outro, fixando-se em 2020 em 94,4%. Os dados da ACSS não permitem, porém, estabelecer quem faltou nem por que motivo.

Os jovens médicos com diagnóstico positivo à covid-19 não podiam realizar a prova. Uma vez que o regulamento não prevê uma segunda chamada, terão de esperar mais um ano para aceder à especialidade clínica. Entretanto, podem optar por ingressar no internato de formação geral, que corresponde ao antigo ano comum.

A ANEM pediu à ACSS a realização de uma segunda chamada da prova neste ano, mas a possibilidade foi afastada “por motivos financeiros e logísticos”, segundo Mar Mateus da Costa. A ACSS tem que arrendar os espaços de realização das provas e a operação implica ainda a contratação de vigilantes, correctores e o desenvolvimento de vários enunciados da prova, sendo depois escolhido aleatoriamente aquele a que os jovens médicos respondem.

Ao contrário do que aconteceu com os diplomados que tenham contraído covid-19, a ACSS, em articulação com a Direcção-Geral da Saúde, acabou por criar uma solução, que inicialmente não estava prevista, para quem estivesse em isolamento profiláctico por ter tido um contacto de alto risco com um caso “positivo” do novo coronavírus. Nessas situações, foi possível realizar o exame desde que o jovem médico estivesse assintomático e apresentasse um teste negativo realizado até 48 horas antes da prova.

Sugerir correcção
Comentar