Greta Thunberg doou 500 mil euros do Prémio Gulbenkian a organizações ambientalistas

500 mil euros do prémio de um milhão que recebeu já foram doados. A activista sueca escolheu organizações que lutam pela Amazónia, contra o ecocídio e ainda algumas que ajudam vítimas de desastres ecológicos.

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LUSA/HAYOUNG JEON

A activista sueca Greta Thunberg doou 500 mil euros que recebeu do Prémio Gulbenkian para a Humanidade a dez organizações ambientalistas. 

Ao agradecer a atribuição do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, em Julho último, Greta Thunberg revelou que iria aplicar o montante do prémio, no valor de um milhão de euros, em projectos de combate à crise climática e ecológica, tendo agora decidido entregar meio milhão a organizações apoiadas pela sua fundação, do Brasil, Bangladesh, Índia, Maurícia e vários países africanos que se dedicam a causas ambientalistas e humanitárias.

Em comunicado, a Fundação Gulbenkian revela que o SOS Amazonia (da Fridays for Future Brazil) e o Stop Ecocide Foundation, que luta para tornar o ecocídio um crime internacional, foram as duas primeiras organizações a receberem 100 mil euros cada uma. O SOS Amazónia, que “nasceu na pandemia, para os tempos de pandemia”, foca-se no apoio a comunidades indígenas na Amazónia. A doação da activista, explicou  ao P3, em Julho, Abel Rodrigues, um dos responsáveis da organização, permitiu que a entrega de cabazes alimentares (“cestas básicas”) fosse expandida a mais regiões e tornou real o desejo de adquirir Internet e computadores para que as consultas médicas chegassem a áreas remotas.

Além destas duas organizações, mais 100 mil euros foram doados às vítimas das inundações na Índia e no Bangladesh através das organizações não-governamentais BRAC Bangladesh, a Goonj, e a Action Aid India e a Action Aid Bangladesh.

O desastre ecológico provocado pelo derrame de petróleo na Maurícia, no Verão, mereceu também a atenção da Fundação Greta Thunberg, tendo sido atribuídos 10 mil euros numa campanha de recolha de fundos para aquisição de equipamento capaz de remover o óleo da costa.

A Fundação Thunberg doou também 150 mil euros, repartidos, em parte iguais, por três organizações não-governamentais que prestam apoio às vítimas das alterações climáticas em África: Red Cross and Red Crescent Movement, organização que apoia comunidades vítimas de catástrofes em todo o continente africano a Oil Change International, que dá apoio a projectos de energias renováveis no mesmo continente e também a Solar Sister, uma estrutura que ajuda e dá formação empresarial a uma rede de mais de cinco mil mulheres empreendedoras da Tanzânia e Nigéria, para a criação de empresas limpas e movidas a energia solar.

Greta Thunberg, a impulsionadora das greves à escola por causa do clima, esteve nomeada, pela segunda vez em dois anos, para o Nobel da Paz. Apesar de as saídas à rua terem ficado condicionadas por causa da pandemia, a jovem sueca convidou os activistas de todo o mundo a manifestaram-se online. Num texto publicado no The Guardian, lamentou: “O mundo ainda está em negação da crise climática.”

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