Investimento captado pelos “vistos gold” aumenta 35% em Novembro

Face aos 28,6 milhões de euros de Outubro, o investimento cresceu para 50 milhões de euros, mantendo-se a quase totalidade na compra de imóveis.

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Investimento em imobiliário continua a dominar "vistos gold" Paulo Pimenta

O investimento captado através dos “vistos gold” subiu 35% em Novembro, face a igual período de 2019, atingindo 50 milhões de euros, de acordo com contas feitas pela Lusa com base nas estatísticas do SEF.

O investimento resultante da concessão de “vistos gold”, como ficou conhecido o programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI), que fez oito anos em Outubro, cresceu mais de 35% face a Novembro de 2019 (37 milhões). Face ao mês anterior do corrente ano, a subida é acima de 75% face (28,6 milhões de euros em Outubro).

No mês passado, foram atribuídos 86 ARI, continuando a verificar-se a preponderância no investimento imobiliário, já que do total 80 verificaram-se no âmbito da compra de bens imóveis (e, dentro destes, 17 para reabilitação urbana) e apenas seis por via de transferência de capital. Não se verificou, mais uma vez, qualquer visto por via da criação de postos de trabalho, ou outros previstos na lei.

Assim, compra de imóveis captou um investimento de 47 milhões de euros, dos quais 6,1 milhões de euros corresponderam à aquisição para reabilitação urbana, e 2,8 milhões de euros por transferência de capitais.

Do total das concessões de vistos “dourados” em Novembro, 22 foram provenientes da China, 12 dos Estados Unidos, nove do Brasil, cinco de África do Sul e quatro da Índia.

O montante do total acumulado nos primeiros 11 meses do ano ascende a 619 milhões de euros, menos 11% que em igual período de 2019.

Entre Janeiro e Novembro, foram atribuídos 1.133 vistos “dourados”.

O programa de concessão de ARI, que foi lançado em Outubro de 2012, regista um investimento acumulado de 5611 milhões de euros. Desde montante, a maioria corresponde a aquisição de bens imóveis, que ao fim de mais de oito anos totaliza 5071 milhões de euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 9340 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1526 em 2014, 766 em 2015, 1414 em 2016, 1351 em 2017, 1409 em 2018, 1245 em 2019 e 1133 em 2020.

Até Novembro, em termos acumulados, foram atribuídos 8.782 “vistos gold” por via de compra de imóveis, dos quais 761 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 541 e mantêm-se 17 por via da criação de postos de trabalho (nos últimos meses não tem sido registado qualquer visto atribuído por esta via).

Desde que foi alargado o leque de possibilidades de investimentos, apenas se verificou um caso por transferência 350 mil euros ligados à criação ou reforço de capital de uma empresa. As áreas de apoio à produção artística (250 mil euros) e investigação científica (350 mil euros) continuam a não atrair investimento por troca da atribuição de “vistos gold”.

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4750), seguida do Brasil (986), Turquia (450), África do Sul (391) e Rússia (355).

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