Moçambique reitera pedido de apoio contra o Estado Islâmico

Solicitação do ministro de Defesa moçambicano foi feita no primeiro dia da visita do seu homólogo português, João Gomes Cravinho.

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O ministro da Defesa Nacional em Maputo, na homenagem aos heróis nacionais LUSA/LUÍZA NHANTUMBO

O ministro da Defesa moçambicano, Jaime Neto, reiterou esta quarta-feira junto do seu homólogo português, João Gomes Cravinho, o pedido de apoio internacional para combate ao terrorismo em Cabo Delgado, no norte do país. A posição é expressa num comunicado sobre o encontro, em Maputo, entre os dois titulares da pasta da Defesa, mas sem mais detalhes sobre qualquer eventual parceria com Portugal para aquela província.

Jaime Neto reiterou o pedido de apoio feito à União Europeia e agradeceu a resposta pronta de total disponibilidade em prestar assistência ao país, concretamente na província de Cabo Delgado, no combate ao terrorismo e apoio às populações”, lê-se no comunicado do Ministério da Defesa moçambicano.

O sector de Defesa “continua a cooperar com parceiros internacionais, com destaque para Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para fazer face à instabilidade prevalecente nalgumas áreas e às acções terroristas “, acrescenta.

A violência está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba

.Além destas duas referências à região que está sob conflito, o comunicado aborda a cooperação bilateral e no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Na reunião, o ministro moçambicano indicou a Gomes Cravinho que “um dos grandes desafios das Forças Armadas e Defesa de Moçambique (FADM) passa pela formação e capacitação do seu capital humano”.

“Moçambique considera importante a continuação do investimento nesta área, com benefícios mútuos”, destacou, referindo que “a Cooperação Técnico Militar, de modo geral, contribui para que as FADM adquiram autos suficiência pedagógico e científica militar”. 

O ministro da Defesa de Moçambique reafirmou, ainda, o interesse do país em contribuir para a elaboração do suporte legal com vista à participação conjunta das forças armadas da CPLP em missões internacionais de paz ou humanitárias.

Por seu lado, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, considerou que os desafios que Moçambique enfrenta são também de Portugal, destacando a proximidade dos dois países e as relações de amizade. “E aquilo que Portugal sente é que quando Moçambique tem desafios particulares, são também desafios que dizem respeito a Portugal e às relações de amizade entre os dois países”, declarou Gomes Cravinho.

Para Gomes Cravinho, que visita Maputo a pedido de Jaime Neto, Moçambique e Portugal são países próximos e, na conjuntura actual, é fundamental a cooperação, na medida em que as “dinâmicas que afectam um, podem rapidamente afectar os outros”.

“Quis com este gesto, por um lado, significar aquilo que é a solidariedade de Portugal e proximidade dos nossos países e, por outro lado, encontrar soluções muito práticas para os desafios com que nos confrontamos”, declarou.

João Gomes Cravinho está em Moçambique, tendo em vista a negociação de um novo programa de cooperação bilateral no domínio da Defesa e o estreitamento de relações com África no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que se iniciará em Janeiro.

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