Pfizer só vai ter metade das doses da vacina que estavam previstas para Dezembro

Em vez de 50 milhões de doses, só haverá 25 milhões até ao fim do ano, devido a dificuldades na obtenção de matérias-primas. Ao Reino Unido começaram a chegar as primeiras vacinas.

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Camião deixa a fábrica da Pfizer em Puurs, na Bélgica, de onde estão a sair as primeiras vacinas da covid-19 YVES HERMAN/Reuters

As primeiras doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer-BioNtech chegaram já ao Reino Unido, diz a BBC, quando surgem incertezas sobre a quantidade de doses que poderão estar disponíveis ainda este ano: a farmacêutica cortou de 100 para 50 milhões a quantidade que prevê conseguir distribuir aos seus clientes em Dezembro, devido a dificuldades na obtenção de matérias-primas.

Como a vacina é administrada em duas doses, com 21 dias de intervalo, na verdade só 25 milhões poderão ser imunizadas ainda durante o mês de Dezembro, espera-se que em várias países.

Mas, até agora, só o Reino Unido deu luz verde à utilização, ainda com carácter de emergência (provisório) à vacina desenvolvida pela BioNtech, que fez um acordo de produção e comercialização com a farmacêutica norte-americana Pfizer e a chinesa Fosun.

Espera-se, no entanto, que até ao fim do mês a Agência Europeia do Medicamento e a Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA) possam vir a autorizar a utilização da vacina de ARN-mensageiro – a primeira vacina baseada nesta tecnologia, que não utiliza nenhum material do vírus, mas antes uma molécula que codifica instruções genéticas para que as nossas células produzem a proteína que o coronavírus têm a superfície, e que não é infecciosa.

O Reino Unido comprou 40 milhões de doses destas vacinas, que está a ser produzida numa fabrica em Pruus, na Bélgica, mas não será para já que terá acesso a todas as doses que encomendou. Para já, a partir de terça-feira da próxima semana, o ministro da Economia britânico, Alok Sharma, diz que deverão existir 800 mil doses – as primeiras chegaram na quinta-feira, vindas da fábrica da Pfizer de Puurs, atravessando o túnel da Mancha, de comboio, e estão armazenadas num local que não foi revelado.

“Não temos a certeza sobre quantas doses a Pfizer nos poderá dar. Sabemos quantas vão chegar esta semana, mas não sabemos quantas virão em Janeiro”, disse o director dos serviços de saúde da Escócia, Jason Leitch, citado pela BBC. As primeiras vacinas devem ser administradas na Escócia a 14 de Dezembro.

Idosos residentes em lares e as pessoas que tratam deles foram colocados no topo da lista no Reino Unido. Logo a seguir vêm todos os indivíduos com mais de 80 anos.

Se outros países aprovarem a vacina da Pfizer, vão de certeza querer também alguns milhões de doses rapidamente, para vacinar a população mais prioritária e, segundo o jornal Wall Street Journal (WSJ), a Pfizer vai ter dificuldade em responder.

“Escalar a cadeia de fornecimento de matérias-primas levou mais tempo do que se estimava”, disse uma porta-voz da empresa ao WSJ. “E é importante frisar que os resultados dos ensaios clínicos saíram um pouco mais tarde do que foi inicialmente projectado”, justificou.

Numa situação normal, as matérias-primas só seriam adquiridas depois de ter a nova vacina ser aprovada oficialmente. Mas como o processo foi muito acelerado, foi tudo feito em paralelo.

A Pfizer mantém, no entanto, a intenção de produzir 1300 milhões de doses de vacinas em 2021.

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