Frans Timmermans: Portugal pode ser “força motriz” do Pacto Ecológico Europeu

O responsável do Pacto Ecológico Europeu diz que Portugal reúne características para estar numa posição de liderança da transição energética “pois tem sol, vento e mar, que são os recursos naturais mais importantes para o desenvolvimento das energias verdes”.

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LUSA/OLIVIER HOSLET

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia (CE), encarregado do Pacto Ecológico Europeu, Frans Timmermans, colocou Portugal no grupo de topo dos países europeus mais envolvidos no processo de transição energética e no desenvolvimento da tecnologia de hidrogénio.

“Portugal é uma das forças motrizes do Pacto Ecológico Europeu, tem uma população ávida e conhecedora de tecnologia e dispõe de todas as condições para estar numa posição de liderança da transição energética, pois tem sol, vento e mar, que são os recursos naturais mais importantes para o desenvolvimento das energias verdes”, declarou o dirigente da CE, numa intervenção na Web Summit, elogiando o “empenho geral” da sociedade portuguesa.

Elogiando o “encorajador” plano de recuperação de Portugal para a crise provocada pela pandemia de covid-19, Frans Timmermans salientou o contributo que Portugal pode dar no sector do hidrogénio, uma das apostas do plano do governo.

“Portugal, juntamente com Holanda e Alemanha, já tem uma experiência de alguns anos no hidrogénio, onde todos querem agora estar, e está muito interessado em avançar com os projectos do hidrogénio, sendo um [país] de destaque no desenvolvimento desta tecnologia”, frisou, deixando um alerta para o projecto: “É preciso concentrar em planos transfronteiriços para criar uma rede de energia europeia sustentável, neste caso com o hidrogénio”.

De acordo com o responsável do Pacto Ecológico Europeu, a pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 veio confrontar as pessoas com a sua “vulnerabilidade colectiva” e reforçou a necessidade de combinar o actual desafio com a resposta à crise ambiental, num desafio de proporções inéditas para a solidariedade europeia.

“A ‘transição verde’ só vai funcionar se for também uma transição social. Se as pessoas pensarem que é algo apenas para ricos ou para jovens, não funciona. A tecnologia é algo complicada, mas deve tornar a vida das pessoas mais simples. Todos têm de fazer a sua parte e ninguém vai ficar para trás”, explicou.

Timmermans centrou a aposta europeia em três pilares: a renovação habitacional de milhões de edifícios nos estados-membros, a evolução para meios de transporte mais sustentáveis e uma reforma agrícola orientada para a digitalização e com integração de inovações tecnológicas.

A Web Summit, considerada uma das maiores cimeiras tecnológicas do mundo, realiza-se este ano totalmente online com “um público estimado de 100 mil” pessoas.

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