The Yeatman: há dez anos a mostrar que “o Porto é uma jóia que podemos celebrar e partilhar com o mundo”

O hotel de Gaia completou o décimo aniversário em ano de pandemia. A grande festa que estava prevista deu lugar a um livro que passa em revista os momentos mais marcantes desta primeira década.

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Nelson Garrido
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Quando o grupo The Fladgate Partnership anunciou que iria construir um hotel de luxo em Gaia, junto às caves onde envelhece o vinho do Porto, houve muita gente a torcer o nariz e a vaticinar um futuro pouco promissor. “Diziam-me que estava completamente louco, porque na altura quase era preciso passaporte para visitar Gaia”, ironiza Adrian Bridge, o CEO do grupo. O The Yeatman abriu em 2010 e em pouco tempo afirmou-se como “catalisador para estimular o mercado de lazer para o destino Porto”. Dez anos passados, o hotel é um marco na cidade e na região e “chama pessoas de todo o mundo”.

Este 2020 era, por isso, para ser de festa em grande. A pandemia, já se sabe, alterou muitos planos, mas nem assim o Yeatman quis deixar de assinalar a data: acaba de lançar um livro, edição de luxo, que reflecte os primeiros anos de vida do hotel por onde já passaram, entre muitos outros hóspedes anónimos vindos um pouco de todo o mundo, o futebolista Cristiano Ronaldo ou o actor Harrison Ford. Chama-se A primeira década 2010-2020 e ao longo de mais de 300 páginas repletas de fotografias passa em revista os momentos mais marcantes do hotel. Desde a sua construção na encosta de Gaia virada ao Douro até aos jantares vínicos que, todas as semanas até ao encerramento forçado pela pandemia de covid-19, aconteciam no restaurante liderado por Ricardo Costa, duas estrelas Michelin.

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Uma das atracções deste livro (65€, à venda na loja do hotel e online) é justamente a inclusão das receitas de alguns dos pratos concebidos por Ricardo Costa, bem como os pairings escolhidos por Beatriz Machado, a directora de vinhos do Yeatman.

Durante o almoço de apresentação – um jornalista por mesa, assim aconselha a prudência –, Ricardo Costa serviu um menu inspirado no livro e nos pairings mais emblemáticos destes jantares vínicos. Assim, provou-se lírio nitro, um prato muito cénico e fresco que acompanhou com Azores Wine Company Arinto 2018 – um vinho de um dos mais recentes produtores-parceiros do Yeatman, que se orgulha de, entre as suas 1400 referências, apresentar apenas vinhos nacionais. O lavagante surgiu acolitado por um Casa do Capitão Mor Alvarinho Reserva 2016 e o leitão – um prato icónico de Ricardo Costa que, sendo natural de Aveiro, muito investigou para apresentar a sua versão do leitão dos vizinhos da Bairrada – foi servido com um Quinta da Manoella Vinhas Velhas 2016. A sobremesa, dióspiro, pistácio e açafrão, teve a companhia de um tawny Taylor’s 10 Anos.

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Adrian Bridge e Jan-Erik Ringertz, o director do Yeatman, partilharam uma mesa no centro do restaurante com aquelas vistas largas para o Douro e para a cidade na outra margem. E Bridge não se cansou, durante o almoço e antes dele, em conversa com os jornalistas, de referir que a grande preocupação do grupo Fladgate foi a de “construir um hotel à altura do destino”. “É óbvio que o Yeatman tem sucesso porque tem esta vista. Nós construímos o hotel, não construímos a vista. E com isto chamamos pessoas de todo o mundo e mostramos que o destino Porto é uma coisa especial. Outros investiram depois de nós. O Yeatman deu e dá confiança que o Porto é uma jóia que podemos celebrar e partilhar com todo o mundo.”

Confiança no futuro é também uma nota que perpassa no discurso de Adrian Bridge, que acredita que a retoma do turismo vai chegar por alturas da Páscoa de 2021 e que a presidência portuguesa da União Europeia durante o primeiro semestre do próximo ano será uma peça fundamental. “Portugal, com a sua presidência europeia nos primeiros seis meses de 2021, vai dar-nos oportunidade para ligar mais uma vez as relações que temos com toda a Europa”, disse à agência Lusa.

“Se a pessoa está preocupada em viajar dentro do avião [por causa da covid-19], há mais probabilidade de planear uma viagem de duas horas do que voos de dez, 12 ou 14 horas, por isso, haverá mais turistas interessados em fazer viagens de curta duração como Porto-Madrid, Porto-Paris, Porto-Amesterdão ou Porto-Frankfurt”, considera Adrian Bridge, sublinhando que para tal é necessário que o número de ligações para o Porto seja idêntico às que existem para Lisboa, designadamente na TAP. “Acredito que na Páscoa o Yeatman vai estar cheio de turistas que queriam viajar.” Assim seja.

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