Longa Vida reafirma não ter dados que liguem presença de legionella a surto a Norte

ARS Norte fala de “redução acentuada” de casos desde que foram desligadas as torres de uma indústria em Matosinhos, sem revelar qual. Empresa afirma que não recebeu nenhuma notificação de qualquer entidade que ligue os casos no Grande Porto às suas torres de refrigeração.

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Hospital Pedro Hispano recebeu o maior número de doentes do surto e registou a maior parte das mortes Rui Oliveira

A empresa de produtos lácteos Longa Vida, em Matosinhos, reafirmou este domingo não ter informação sobre a correlação entre a presença da bactéria de legionella nas suas torres de refrigeração e a origem do surto no Grande Porto.

“A Longa Vida não recebeu nenhuma notificação, de qualquer autoridade, que a informe sobre o estabelecimento de uma correlação entre a bactéria detectada nas torres de refrigeração do seu centro de distribuição – encerradas desde 11 de Novembro –, e as pessoas afectadas por este surto”, frisou a Longa Vida, em comunicado. A empresa presume, por isso, que as investigações continuam.

Expressando a sua solidariedade a todos os atingidos por este surto no Grande Porto, a Longa Vida garantiu que continuará a “apoiar totalmente” a acção das autoridades até ao termo das investigações.

A 20 de Novembro, esta empresa revelou que as autoridades de saúde detectaram a presença de legionella, no dia 10, nas torres de refrigeração do seu centro de distribuição. A Longa Vida disse já nessa altura não ter recebido “informação sobre a correlação entre a presença desta bactéria” nas torres de refrigeração e a origem do surto.

Há “diminuição acentuada” de casos desde que torres de refrigeração foram desligadas, diz ARS

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte revelou esta segunda-feira uma “diminuição acentuada” de casos de legionella, desde que foram desligadas as torres de refrigeração de uma indústria em Matosinhos onde foi detectada a bactéria, sem revelar o nome da entidade em causa.

“Desde que foi suspenso o funcionamento das referidas torres de refrigeração verificou-se uma diminuição acentuada do número de casos de doença dos legionários, na referida área geográfica”, refere a ARS/Norte, em comunicado.

A ARS acrescenta, no comunicado, que o funcionamento das torres de refrigeração dessa mesma indústria, sem dizer qual, se mantém suspenso por precaução.

Decorridos os 14 dias do período de incubação da doença, não ocorreu nenhum novo caso, sublinhou a administração de saúde.

A ARS/Norte acrescentou ainda que os últimos dois casos notificados correspondem a doentes cujo início de sintomas se verificou na primeira quinzena de Novembro.

“Tendo em conta que a legionella é uma bactéria ubíqua, é expectável que surjam novos casos não associáveis a este cluster, ressalvou.

O surto de legionella, que desde 29 de Outubro afecta os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, já registou 88 casos, tendo morrido dez pessoas, enquanto 11 se mantêm internadas.

O Ministério Público anunciou já a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto.

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