Filme O Fim do Mundo de Basil da Cunha vence Grande Prémio do festival Caminhos

O prémio do público foi para Listen, de Ana Rocha de Sousa, que recebeu também o prémio de melhor realizadora, melhor actriz (Lúcia Moniz) e melhor actor secundário (Ruben Garcia).

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O filme "Fim do Mundo" de Basil da Cunha dr

O filme O Fim do Mundo, de Basil da Cunha, venceu este sábado o Grande Prémio do festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra, e Listen, de Ana Rocha de Sousa, conquistou o Prémio do público, anunciou a organização.

“Um tempo, um imaginário e um elenco generoso permitiram a construção de um universo emocionalmente duro, mas que nos acompanha numa reflexão muito depois de o filme ter terminado”, sustenta o júri da secção principal do festival, sobre O Fim do Mundo.

Basil da Cunha também venceu o prémio D. Quijote do festival, da Federação Internacional de Cineclubes, com o júri a salientar que a longa-metragem revela “um trabalho consistente, expresso pela empatia na relação com atores não-profissionais que se traduz em desempenhos notáveis”.

O Fim do Mundo é a segunda longa-metragem de Basil da Cunha. O filme fala de um jovem que regressa a um bairro ilegal do concelho da Amadora, onde tenta reintegrar-se, depois de anos passados numa casa de correcção. Foi seleccionado para o festival de Locarno, em 2019, e recebeu o Prémio de Melhor Longa-metragem Portuguesa no festival IndieLisboa, no passado mês de Setembro, tendo sido também distinguido com o Prémio Árvore da Vida da Pastoral de Cultura.

O filme Listen, de Ana Rocha de Sousa, venceu o Prémio do público, tendo ainda arrecadado o prémio de melhor realizadora, melhor actriz (Lúcia Moniz) e melhor actor secundário (Ruben Garcia), revelou a organização.

Candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares, na categoria de Melhor Filme Internacional, Listen é a primeira longa-metragem de ficção de Ana Rocha de Sousa, um drama familiar inspirado numa história real, sobre uma família portuguesa emigrada em Londres, a quem é retirada a guarda dos filhos, por suspeitas de maus-tratos. A narrativa acompanha os esforços da família em provar que as suspeitas são infundadas.

O filme venceu seis prémios no Festival de Veneza, entre os quais o “Leão do Futuro”, para uma primeira obra, e o prémio especial do júri da competição Horizontes. Estreado nos cinemas portugueses em 21 de Outubro, somou desde então mais de 34 mil espectadores, liderando o ranking dos filmes portugueses mais vistos em 2020.

Quanto ao prémio de melhor ficção, nos Caminhos do Cinema Português, foi para Patrick, de Gonçalo Waddington, seleccionado há um ano para o Festival de San Sebastián. Em Coimbra, o filme recebeu ainda o galardão de melhor direcção artística e melhor actor (Hugo Fernandes).

Nheengatu, de José Barahona, venceu o prémio de melhor documentário, Maré, de Joana Rosa Bragança, melhor animação, e Bustarenga, de Ana Maria Gomes, melhor curta-metragem.

De acordo com a organização, Amor Fati, de Cláudia Varejão, venceu o Prémio de Imprensa, tendo ainda arrecadado melhor som e melhor montagem.

Bernardo Lopes, com Moço, venceu o prémio revelação, ainda na secção competitiva principal, a selecção Caminhos.

Na selecção Ensaios (dedicada a obras criadas em contexto académico), os irmãos Afonso e Bernardo Rapazote venceram na categoria de melhor ensaio nacional, com Corte, e Clara Borges e Diana Agar, na categoria de melhor ensaio nacional de animação, com O Presidente Veste Nada.

Na categoria internacional desta selecção, venceu Leonardo Martinelli, com Copacabana Madureira.

A 26.ª edição do festival Caminhos do Cinema Português contou com quase 150 filmes portugueses a participar nas secções competitivas.

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