PJ apreende 12 milhões de euros em notas a rede internacional de tráfico de droga

Organização brasileira que operava em vários países da União Europeia terá sido responsável pela introdução de, pelo menos, 45 toneladas de cocaína por ano no continente europeu.

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Reuters/AMIR COHEN

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta sexta-feira que apreendeu em Portugal, nos últimos dias, 12 milhões de euros em notas, no âmbito de uma grande operação internacional com o objectivo de desmantelar uma rede brasileira de tráfico de droga que operava em vários países da União Europeia. Na operação, que envolveu polícias de sete países e o apoio da Europol, foram detidas 45 pessoas, 38 dos quais no Brasil, e apreendidos 167 imóveis, 70 viaturas de luxo e 37 aeronaves. Durante a investigação, foram igualmente apreendidas 52 toneladas de cocaína.

“Os elementos disponíveis até ao momento indicam que a organização criminosa agora desmantelada foi responsável pela introdução de pelo menos 45 toneladas de cocaína por ano no continente europeu expedida a partir do Brasil por via marítima”, lê-se no comunicado da PJ. A Europol adianta, numa outra nota, que só em seis meses esta organização terá obtido lucros superiores a 100 milhões de euros. Em Portugal, a operação foi coordenada pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

“No passado dia 23 [esta segunda-feira], ao início da manhã, foram realizadas em simultâneo no Brasil, Portugal, Espanha, Bélgica e Holanda um total de 179 buscas domiciliárias e não domiciliárias, tendo-se procedido à detenção de 45 suspeitos, 38 dos quais no Brasil, quatro na Bélgica, um em Espanha e dois no Dubai”, acrescenta-se na nota da PJ.

Em Portugal, além dos 12 milhões de euros, foram igualmente apreendidos dois imóveis com valor estimado de 2,5 milhões de euros e várias contas bancárias cujos saldos ainda não se encontram totalmente contabilizados. A PJ executou 15 buscas “tendo procedido à apreensão de um grande volume de documentação, equipamento informático, de telecomunicações e de outros objectos com relevância para as investigações”.

Segundo a Europol, esta acção internacional foi “liderada pelas autoridades portuguesas, belgas e brasileiras” e contou com a participação de polícias de Espanha, Holanda, da Roménia e do Dubai. “A organização criminosa tinha contacto directo com cartéis de drogas no Brasil e em outros países sul-americanos, responsáveis ​pela preparação e embarque da cocaína em contentores marítimos com destino aos principais portos europeus”, descreve a nota da agência europeia.

Em Abril, a Europol reuniu as polícias envolvidas, tendo, desde então, trabalhado com estas na definição de uma estratégia conjunta para desmantelar a rede. “Desde então, a Europol tem recolhido e analisado informação para apoiar os investigadores no terreno. “Durante o dia da acção, foram destacados um total de oito dos seus oficiais que estiveram no terreno em Portugal, Bélgica e Brasil para prestar assistência às autoridades nacionais, garantindo uma análise rápida de novos dados à medida que iam sendo recolhidos durante a operação e ajustando a estratégia”, refere a Europol.

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