Covid-19: Bruxelas e Moderna chegam a acordo para fornecimento de vacina. É o sexto contrato feito pela UE

Moderna fornecerá até 160 milhões de doses à União Europeia. Vacinas serão distribuídas depois pelos estados-membro assim que forem aprovadas pelo regulador europeu. É o sexto acordo feito pela UE, mas Ursula von der Leyen diz que Comissão Europeia procura fazer um sétimo.

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Norte-americana Moderna está a desenvolver uma das vacinas mais promissoras Reuters/David Himbert

A presidente da Comissão Europeia e a empresa norte-americana Moderna anunciaram esta quarta-feira um novo contrato para assegurar vacinas contra a covid-19 aos países da UE, neste que é o sexto acordo no quadro da pandemia.

“Estou feliz por anunciar que aprovámos um novo contrato para garantir mais uma vacina contra a covid-19 no nosso portfolio. Este contrato permite-nos comprar até 160 milhões de doses de uma vacina produzida pela Moderna”, afirmou Ursula von der Leyen, acrescentando que, “de acordo com os resultados dos ensaios clínicos, esta vacina pode ser extremamente eficaz contra a covid-19”.

Na semana passada, a empresa de biotecnologia Moderna anunciou que dados preliminares indicam que a sua vacina contra a covid-19 tem uma eficácia de 94,5% na redução do risco de contrair a doença covid-19.

Em comunicado, emitido esta quarta-feira, a Moderna diz que chegou a acordo com a Comissão Europeia para o fornecimento inicial de 80 milhões de doses, mas que há a opção de aumentar o fornecimento até 160 milhões de doses. “O acordo será finalizado depois de um breve período de revisão feito pelos estados-membros da União Europeia”, diz a empresa, acrescentando que as entregas podem começar nos primeiros meses de 2021 assim que a vacina for aprovada pelo regulador europeu.

“Reconhecemos que lidar com esta pandemia global exigirá uma série de soluções e estamos orgulhosos do papel que a Moderna tem sido capaz de desempenhar neste esforço global”, refere Stéphane Bancel, CEO da Moderna, no comunicado.

A empresa diz que está a aumentar a sua capacidade de produção fora dos EUA com a ajuda de produtores na Suíça e em Espanha. "Continuamos com o objectivo de fabricar entre 500 milhões e mil milhões de doses de forma global em 2021”, refere.

Seis acordos e um possível sétimo

Von der Leyen referiu ainda que, “uma vez que fique efectivamente provado que a vacina é segura e eficaz, cada Estado-membro recebê-la-á ao mesmo tempo, numa base proporcional e nas mesmas condições”.

A presidente do executivo comunitário lembrou que este é já o sexto contrato celebrado pela Comissão Europeia com uma empresa farmacêutica no que toca a vacinas contra a covid-19 e, sem revelar pormenores, adiantou que já está a trabalhar “ainda em mais um”. “Estamos a constituir um dos portfolios de vacinas para a covid-19 mais abrangentes do mundo. Tal dará aos europeus acesso às futuras vacinas mais promissoras até agora em desenvolvimento”, completou.

A Comissão Europeia já assinara contratos com a AstraZeneca (300 milhões de doses), a Sanofi-GSK (300 milhões), Johnson & Johnson (200 milhões), BioNTech e Pfizer (300 milhões), CureVac (405 milhões).

Na passada quinta-feira, Von der Leyen indicou que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) poderá dar uma primeira autorização comercial às vacinas para a covid-19 desenvolvidas pela BioNTech e Pfizer e pela Moderna na segunda metade de Dezembro.

“A EMA diz-nos que a autorização condicional de mercado – que é ainda uma de fase muito inicial – pode acontecer já na segunda metade de Dezembro, se tudo correr sem qualquer problema”, revelou, numa conferência de imprensa no final do Conselho Europeu por videoconferência da última quinta-feira.

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