As escolas mostram todos os dias como se é resiliente

Não há sombra de dúvida que não pode haver melhor lição de vida sobre como superar dificuldades e ser resiliente do que viver esta pandemia.

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"Não há sombra de dúvida que não pode haver melhor lição de vida sobre como superar dificuldades e ser resiliente do que viver esta pandemia! Paulo Pimenta

Sabemos que no meio de tantos ‘vai ficar tudo bem’ há muito de vontade de superação desta difícil fase que todos estamos a passar. É como se bastasse repetirmos muitas vezes a frase mágica para se tornar realidade a curto prazo. As escolas têm sido um bom exemplo de superação e de como manter uma vida o mais saudável possível. É inegável que a primeira fase desta pandemia foi uma crise para todos: alunos, professores e famílias. Casas que se transformaram em centros de cowork de idades e áreas diversas. Foi uma difícil experiência para todos, em que o balanço foi muito positivo, tendo em conta o ponto de partida da maioria.

Agora estamos a meio do primeiro período lectivo, com escolas abertas a ir gerindo os casos e surtos que vão aparecendo. Cada escola vai cumprindo as orientações da Direcção-Geral de Saúde com o bom senso e meios disponíveis.

Não há sombra de dúvida que não pode haver melhor lição de vida sobre como superar dificuldades e ser resiliente do que viver esta pandemia. A questão é viver com a pandemia ou viver atravessando a pandemia. O melhor mesmo é fazê-lo das duas maneiras: viver aceitando as circunstâncias e a situação, prevenindo o mais possível de modo a não contribuir para aumentar o número de casos e lutando para minimizar os riscos e as consequências da infecção. Nada fácil!

As escolas mostram todos os dias como se é resiliente: pondo em prática o que foi pensado e preparado anteriormente, ao mesmo tempo que se vão resolvendo os problemas que chegam no momento e que são, quase sempre, novos. Ter autoconfiança, saber que já vivemos outros momentos difíceis e que vamos conseguir, todos juntos, atravessar mais este. Persistir todos os dias, várias vezes ao dia. Nunca desistir. Encontrar formas novas de continuar, motivando alunos e professores, pondo o foco na aprendizagem. Com toda a flexibilidade, mudar de estratégia de ensino, ajustando os meios, acreditando que os regulamentos são para as pessoas e não o contrário. Ter ‘boa onda’, ser optimista. Mostrar que se pode ser optimista sem ser irresponsável, ter pensamento positivo e fazer brilhar as coisas boas no meio de tanta indefinição e sofrimento. Acreditar e saber fazer acreditar que continuamos a investir no agora e no depois. Saber ouvir. Ouvir com disponibilidade e atenção para compreender os outros e trabalhar em parceria. Ter criatividade para propor e implementar novas soluções, enfrentar os desafios com garra e pensar de forma disruptiva. E por último conseguir manter a calma em tempo de crise, aprender com o que se faz e tirar ensinamentos para o que pode estar para vir.

Tudo isto a escola mostra como se faz, dia após dia. E ao viver desta forma ensina, entre outras coisas, como se pode ser resiliente e quais os seus benefícios. Viver com a pandemia ou viver através da pandemia.

A vontade de manter as escolas abertas é confiar nos estudos que dizem que estas são espaços seguros e o mais protegidos possíveis para as crianças, professores e não docentes. Desde sempre que as escolas foram espaços limpos e com um olhar especial sobre a segurança, e neste momento, com cuidados de higiene e segurança redobrados. Manter as escolas abertas é mais do que a velha ‘paixão’ por ensinar, é proporcionar espaços higienizados em permanência, cuidados básicos para os alunos que precisam, e sobretudo equilíbrio familiar, em termos emocionais e económicos. É cumprir de forma escancarada a sua função social.

Com o exemplo da primeira fase percebemos todos que o cowork familiar não funcionou assim tão bem, nem para as crianças nem para os pais em teletrabalho, nem tão pouco para aqueles pais que tiveram de ficar em casa a tomar conta dos filhos e deixaram o trabalho. O trabalho é uma das maiores fontes de felicidade pessoal, para não falar da retribuição financeira, necessária a todos. É preciso preservá-lo e cuidar bem dele. Para tudo isto a escola contribui ao manter as suas portas abertas, continuando a ensinar, enfrentando de forma aumentada o desafio de conseguir maior aprendizagem proporcionalmente a menos ensino. Tradicional, entenda-se.

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