Transmissão da infecção pelo novo coronavírus desacelera em Portugal

Os casos de infecção pelo novo coronavírus duplicam agora cada 21 dias, segundo as estimativas do Instituto Nacional Ricardo Jorge. Há duas semanas, o tempo médio de duplicação era de apenas 14,9 dias.

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A transmissão do novo coronavírus parece ter começado a desacelerar, segundo os últimos indicadores do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge Paulo Pimenta (arquivo)

O tempo de duplicação do número de casos de infecção pelo novo coronavírus aumentou para 21 dias, nas últimas duas semanas. O relatório do Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA), divulgado esta sexta-feira e que avalia a evolução do número de casos de covid-19 em Portugal, dá conta de uma desaceleração da propagação do SARS-CoV-2 , já que as estimativas para as duas semanas anteriores apontavam para 14,9 dias como tempo de duplicação do número de contágios.

Sem surpresas, o valor do índice associado à transmissão da infecção também desceu ligeiramente entre os dias 28 de Outubro e 1 de Novembro: o valor médio do R(t), que aponta o número médio de casos secundários resultantes de um caso infectado medido ao longo do tempo, foi de 1,14, “podendo o seu verdadeiro valor estar entre 1,13 e 1,15”. Qualquer valor acima de 1 não é recomendável – e desde o dia 5 de Agosto que o indicador se mantém teimosamente acima ou perto de 1 -, mas, ainda assim, recorde-se que nas duas semanas anteriores este valor estava nos 1,19. E, se recuarmos ao final de Fevereiro e início de Março, estava nos 2,07.

Desde o início da pandemia, a estimativa de R(t) variou entre 0,81 e 2,37. Agora, os actuais 1,14 podem significar que que as restrições adoptadas estão a resultar numa “tendência decrescente de novos casos ao nível nacional”.

O relatório do INSA aponta o Algarve como a região com um R(t) mais elevado (1,21), o que parece denotar uma tendência de crescimento da incidência de SARS-CoV-2 na região, contra o 1,13 das regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte. O Norte “apresenta valores de R(t) superiores a 1 nos últimos 100 dias, com uma média de 2340 novas infecções por dia”, enquanto em Lisboa e Vale do Tejo é preciso recusar 74 dias para encontrar um R(t) inferior a 1, “com uma média de 1121 novas infecções por dia”.

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