Experimentar cosméticos virtualmente é a proposta da L’Oréal numa parceria com a Google

Como vender mais cosméticos mesmo em confinamento? A L’Oréal tem a resposta e passa por deixar que os clientes experimentem os produtos — nem que seja virtualmente.

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O grupo francês quer usar o online para compensar a quebra das vendas nas lojas físicas Reuters/GONZALO FUENTES

Quem usa o Google para procurar informações sobre cosméticos poderá passar a experimentá-los virtualmente através de um acordo com a L'Oréal que, para compensar a quebra das vendas nas lojas físicas, causada pelas restrições à circulação na luta contra a covid-19, está a apostar na expansão do comércio online.

Durante o terceiro trimestre, período em que algumas restrições foram aliviadas, a Maybelline, marca do grupo francês, conseguiu registar vendas em linha com as do período homólogo. Mas isso não impediu de continuar a dar importância às suas iniciativas na Internet, disse a directora do digital, Lubomira Rochet. “Houve uma aceleração em todas as nossas parcerias devido à covid-19”​, disse a responsável, numa apresentação online na quinta-feira.

A parceria com o Google baseia-se na tecnologia desenvolvida pela Modiface, especialista canadiana em realidade aumentada, adquirida pela L’Oréal em 2018, e estender-se-á também à plataforma de partilha de vídeos YouTube do grupo norte-americano, adiantou Lubomira Rochet.

As pessoas que procuram informações sobre batons ou sombras para os olhos das marcas L’Oréal, que incluem, entre outras, as insígnias Lancôme e Urban Decay, e que se cruzam com os seus anúncios no Google ou no YouTube, podem experimentar os produtos online.

O YouTube é uma das plataformas mais procuradas pelos utilizadores de cosméticos, que procuram aí tutoriais de maquilhagem. Mas, durante os confinamentos que deixaram meio mundo fechado em casa, a empresa, que já tinha uma parceria com o Facebook através da Modiface, observou que a utilização de ferramentas de maquilhagem virtual quintuplicou. Isto é tão mais importante quando a taxa de conversão de um anúncio para uma compra foi três vezes superior com os testes virtuais, explica Rochet.

Agora, que muitos países europeus estão a voltar a mandar as pessoas para casa — como no país da casa-mãe da L’Oréal: em França, onde já foram registados mais de 39 mil óbitos por covid-19, além do confinamento, foi imposto um recolher obrigatório —, há esperança de que as vendas online sirvam para aliviar a perda das vendas a retalho, directamente relacionada com o encerramento de cadeias de beleza e de salões de cabeleireiro.

Essa aposta também aconteceu em Portugal: em Maio, foi lançada uma parceria das Farmácias Portuguesas, Associação Nacional de Farmácias e Divisão de Cosmética Activa da L’Oréal Portugal sob a forma da plataforma Beleza & Saúde, com o objectivo de aproximar a população das farmácias e satisfazer as necessidades de beleza e saúde dos portugueses, mesmo em períodos de confinamento.

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