Cientistas portugueses criam tintas para travar contrafacção têxtil

Os responsáveis do projecto, uma parceria entre a Universidade do Minho e o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI), pediram uma pré-patente para as bio-tintas que desenvolveram.

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Lucas Benjamin/Unplash

Tintas fluorescentes inteligentes que vão ajudar a combater a contrafacção de produtos têxteis foram desenvolvidas por cientistas da Universidade do Minho e do CeNTI – ​Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, especializado no desenvolvimento de materiais inteligentes.

Os responsáveis do projecto referem, em comunicado, que, até ao momento, “os resultados conseguidos são bastante promissores”, pelo que já se iniciou um pedido de pré-patente, visando num futuro próximo a comercialização daquela tecnologia. Esta investigação resulta de uma parceria entre cientistas do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho com experiência na área da biotecnologia e o CeNTI.

“As biotintas florescentes ecossustentáveis apresentam características únicas e exclusivas que são difíceis de copiar ou clonar, pelo que poderão ser utilizadas como marcadores de anticontrafacção ou impressões de segurança”, explicam os seus promotores, em comunicado.

Acrescenta-se que as biotintas terão também “aplicações interessantes” na produção de têxteis inteligentes, desde vestuário a artigos de decoração, com padrões que se alteram com a luz ambiente.

“Estes materiais, altamente inovadores, vão potenciar o crescimento da biotecnologia e serão relevantes para várias indústrias, tornando-as mais inteligentes e funcionais”, refere ainda.

O trabalho dos cientistas do CEB passa pela produção biotecnológica das moléculas e a elaboração de testes de encapsulação. Já a equipa do CeNTI está focada na aplicação em têxteis, assim como na elaboração de testes de estabilidade em longo prazo, de forma a obter-se um protótipo.

“A grande inovação do projecto assenta no facto de estas tintas serem compostas por materiais naturais, produzidos a partir de microrganismos, ao contrário das tintas tradicionais que são feitas de produtos químicos, a partir de derivados de petróleo”, remata o comunicado.

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