Nélio Lucas junta registo criminal actualizado mas defesa de Rui Pinto quer saber de condenações antigas

Ex-sócio da Doyen quer contrariar argumentos da defesa, que colocou em causa transparência de Nélio Lucas.

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MARIO CRUZ

No processo em que Rui Pinto está a ser julgado por 90 crimes, a defesa da Doyen pediu esta quinta-feira que fosse juntado o registo criminal do antigo gestor daquele fundo, Nélio Lucas, para contrariar os argumentos apresentados na contestação da defesa de Rui Pinto. Neste documento, foram apresentadas dúvidas quanto ao passado criminal – e suspeitas das autoridades – de Nélio Lucas.

“A pessoa Nélio Lucas, em que o Ministério Público tanto confia e se apoia, tem um registo criminal que inclui a prática de vários crimes, o que não lhe permitia sequer ser um intermediário de jogadores registados na Federação Portuguesa de Futebol por falta de idoneidade”, escreveu a equipa de defesa de Rui Pinto.

A advogada da Doyen, Sofia Branco, disse esta quinta-feira que Nélio Lucas desejaria juntar o seu registo criminal aos autos, de modo a contradizer as suspeições levantadas pela defesa de Rui Pinto. “Na contestação levanta-se a prática de vários crimes. [Este acto] Não é uma defesa da honra, mas uma contra-prova”, explicou a advogada. 

Nélio Lucas apresentou ao tribunal o registo criminal português, actualizado em 2019, e ainda o mesmo registo referente ao Reino Unido, onde o empresário reside, datado de 2016. 

A defesa de Rui Pinto, porém, alegou que estes registos actualizados não são suficientes, visto que a contestação refere suspeitas criminais que dizem respeito ao período em que Nélio Lucas esteve na Doyen (2011-2017). “Não me oponho, mas entendo que esse certificado não é suficiente para fazer prova. Tem de ser o tribunal a pedir para que constem todos os crimes que possam ter sido cancelados com o tempo”, afirmou Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto. 

A juíza Margarida Alves anuiu, com o Ministério Público a não se opor a esta junção, visto que foi requeria pela própria testemunha Nélio Lucas.

O antigo gestor da Doyen será agora questionado pela defesa do arguido Aníbal Pinto e, de seguida, Rui Pinto.

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