Os Grammys andam a mudar os nomes aos prémios para acompanhar o debate sobre raça e colonialismo

O melhor álbum de música do mundo vai passar a chamar-se melhor álbum de música global. É a indústria fonográfica a acompanhar o debate.

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O brasileiro Gilberto Gil é um dos artistas de língua portuguesa que foi já premiado na agora antiga categoria de "world music" ERIC GAILLARD/reuters

De música do mundo (world music) para música global (global music) – a academia que atribui os prémios da indústria fonográfica norte-americana, os Grammys, rebaptizou uma das suas categorias, aquela que diz respeito ao melhor álbum de música feita por artistas não-americanos e não-europeus. 

Em comunicado, a academia faz saber que, durante o Verão, recolheu opiniões de artistas, etnomusicólogos e linguistas de todo o mundo e chegou à conclusão de que este era o momento ideal para fazer a alteração e, assim, garantir a utilização de um “termo mais inclusivo”.

“Esta mudança simboliza um distanciamento das conotações de colonialismo, folclore e ‘não-americano’ que a antiga designação incorporava”, explica a organização que atribui os Grammys no referido comunicado, garantindo em seguida que esta alteração dá resposta às tendências do debate actual e à evolução cultural das comunidades que a música serve. 

Lembra ainda o jornal britânico The Guardian que o termo “world music” surgiu no Reino Unido em 1987 para ajudar a vender a música de artistas não-ocidentais e que os Grammys passaram a contemplá-la como categoria autónoma cinco anos mais tarde, premiando artistas como Ravi Shankar ou Gilberto Gil

Em Junho deste ano a academia fonográfica anunciara já que deixaria de usar o termo “urban” – a categoria em causa passou de melhor álbum de música urbana contemporânea para melhor álbum de R&B – por este estar a ser visto, cada vez mais, como uma “descrição inapropriada da música negra”. Continua a usá-lo, no entanto, no contexto dos Grammys Latinos

As nomeações para os Grammys serão anunciadas a 24 de Novembro.

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