Governo do Sudão pronto para normalizar relações com Israel

Primeiro-ministro do Sudão pronto para seguir os passos dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein. Parlamento por formar tem de aprovar a medida.

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Abdalla Hamdok MOHAMED NURELDIN ABDALLAH/Reuters

O primeiro-ministro do Sudão Abdalla Hamdok está pronto para normalizar relações com Israel assim que o parlamento transitório, que ainda não foi formado, aprove esse passo, disseram duas fontes do governo sudanês à Reuters esta quinta-feira.

Os comentários, escreve a agência, são o sinal mais claro de que Hamdok, sob pressão dos Estados Unidos, está disponível para restabelecer relações diplomáticas com o antigo adversário Israel.

A normalização ainda não está iminente porque o novo parlamento ainda precisa de ser estabelecido ao abrigo de um acordo de partilha de poder entre os militares e os civis que têm governado o Sudão em conjunto desde a queda do ditador Omar al-Bashir, em 2019.

Ainda não é claro quando é que a assembleia legislativa será formada.

O governo tecnocrata de Hamdok rejeitou, até agora, os pedidos dos Estados Unidos para que sigam os passos dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein, que normalizaram os laços com Israel no mês passado. No entanto, responsáveis militares envolvidos no processo de transição política no Sudão mostraram-se disponíveis para retomar ligações com Israel.

O assunto é essencial no Sudão, que era um dos adversários mais fortes de Israel. Grupos de esquerda e políticos islamistas mostram-se relutantes em apoiar a medida.

Dois membros do governo disseram à Reuters que a cautela de Cartum reflecte preocupações sobre as possíveis consequências desta decisão no frágil equilíbrio entre facções militares e civis, podendo mesmo pôr o executivo em risco. No entanto, os EUA podem ter dado um forte impulso a um acordo entre Cartum e Telavive ao anunciar que vão retirar o Sudão da lista dos estados patrocinadores do terrorismo.

O governo sudanês não respondeu às perguntas da Reuters.
 

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