Vacina da gripe gratuita nas farmácias só vai depender do investimento das autarquias

O programa, destinado a cidadãos com mais de 65 anos, pretende facilitar a vacinação contra a gripe longe dos centros de saúde. Reduzir a pressão nos centros de saúde é objectivo.

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Para um serviço gratuito, os idosos têm-se dirigido até aqui aos serviços de saúde Daniel Rocha

Uma iniciativa do Ministério da Saúde está em marcha para disponibilizar a vacina da gripe de forma gratuita a pessoas acima dos 65 anos nas farmácias onde antes pagavam 2,5 euros. O programa chama-se Vacinação SNS Local e envolve a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e as autarquias que aceitem participar. 

Para as pessoas com 65 anos ou mais, a vacina já é gratuita, mas o custo de 2,5 euros habitualmente cobrado ao utente da farmácia passa a ser coberto pelas autarquias que cheguem a acordo com a associação. Dezoito câmaras chegaram a acordo até esta segunda-feira. 

Nos municípios envolvidos, as farmácias prestarão assim o serviço ao preço solidário de 2,5 euros convencionado com o Estado, explica o presidente da ANF, Duarte Santos, em comunicado. “Esse preço cobre apenas parcialmente os custos que têm com os gabinetes de vacinação, equipamentos de frio, materiais descartáveis de protecção individual, consumíveis e formação técnico-científica dos farmacêuticos”, acrescenta.

O Serviço Nacional de Saúde disponibilizou às farmácias 150 mil vacinas dos dois milhões comprados este ano e apresentados como a maior aquisição de sempre. Essas 150 mil juntam-se às 500 mil que as farmácias adquiriram para o seu próprio serviço de vacinação, como tem sido habitual nos últimos 12 anos. O programa tem efeitos a partir de 19 de Outubro com o começo da segunda fase do plano de vacinação que abrange esta população. 

Além do Porto e de Sintra, as autarquias envolvidas até esta segunda-feira eram Águeda, Fafe, Faro, Guimarães, Loures, Monção, Oeiras, Reguengos de Monsaraz, Penela, Ourém, Oliveira do Bairro, Oliveira de Frades, Moura, Mondim de Basto, Fronteira e Fornos de Algodres, disse ao PÚBLICO fonte oficial da ANF. Mais poderão seguir-se.

O objectivo é oferecer às pessoas a possibilidade de se vacinarem numa farmácia à sua escolha para evitar uma ida aos centros de saúde, reduzir a pressão sobre os mesmos e garantir maior segurança sanitária. “Muitas pessoas preferem vacinar-se nas farmácias próximas de suas casas, o que evita deslocações de risco e a concentração de pessoas nas salas de espera dos cuidados primários, que devem estar livres para tantas outras necessidades”, diz ainda Duarte Santos.

A Câmara do Porto foi a primeira a anunciar um acordo com a Associação Nacional das Farmácias, em 25 de Setembro. Esta segunda-feira foi a vez de a Câmara de Sintra o fazer. Em declarações à Lusa, Basílio Horta, presidente da autarquia, esclareceu que o principal propósito desta medida, que representa um investimento de até 50 mil euros, é “aliviar a pressão” junto dos centros de saúde.

A primeira fase da campanha de vacinação do Serviço Nacional de Saúde, que prossegue, começou a 28 de Setembro para as populações prioritárias – residentes em lares de idosos, profissionais de saúde, profissionais do sector social que prestam cuidados e grávidas

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