Líder do CDS diz que não existem “condições” para apoiar proposta do Governo

Francisco Rodrigues dos Santos diz acreditar que o Orçamento vai ser viabilizado “pelos mesmos de sempre”.

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Francisco Rodrigues dos Santos defende uma descida da carga fiscal para famílias e empresas LUSA/PAULO NOVAIS

O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou hoje que não existem “condições” para o partido apoiar o Orçamento de Estado para 2021, uma vez que algumas das “prioridades” do CDS não estão revertidas no documento.

“Só há um lugar em Portugal onde se assume que os portugueses, as famílias e as empresas estão imunes à covid-19 que é no Orçamento de Estado, porque este orçamento faz de conta que não estamos em período de crise pandémica e que não tivemos os efeitos devastadores nas famílias”, afirmou hoje Francisco Rodrigues dos Santos.

Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, o líder do CDS disse manter a posição já assumida, considerando não existirem “condições para a direita apoiar” o orçamento.

Mantenho aquilo que disse, daquilo que se conhece não há condições para a direita apoiar este orçamento, nomeadamente, o CDS. (…) Aguardamos serenamente para conhecer o Orçamento de Estado e depois apresentarmos as propostas do CDS”, observou.

Para Francisco Rodrigues dos Santos, é fundamental que o documento consagre algumas “prioridades”, tais como, “um vale de farmácia para apoiar os idosos na compra de medicamentos”, “um reforço do apoio para o sector social para legalizar os lares e legais e clandestinos” e a integração de “brigadas efectivas no terreno” para prestar os cuidados de saúde necessários à população sénior.

Paralelamente, considera que o orçamento deve integrar uma “redução transversal dos impostos ao nível das famílias e empresas” por forma a alavancar a competitividade, criação de emprego e manutenção dos postos de trabalho.

“Para Portugal poder recuperar as nossas listas de espera, quer para as cirurgias, quer para as consultas” o CDS defende a contratualização com o sector social, considerando que a “ideologia não pode estar à frente das pessoas”.

“Essas prioridades não estão consagradas no Orçamento de Estado que se conhece, portanto, continua a ser bastante pouco”, salientou.

Questionado pelos jornalista sobre o facto de o BE ter afirmado que com o que conhece neste momento, o partido não tem condições para viabilizar o documento, o líder do CDS afirmou que se “alimenta muito a especulação” em torno do orçamento e que o mesmo “acaba por ser viabilizado pelos mesmos de sempre”.

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