Último dia de ModaLisboa fecha com homenagem a Portugal

A presidente da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, disse não estar preocupada com a avaliação do impacto económico feita pela autarquia lisboeta e fez um balanço positivo do evento.

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Carlos Gil fechou a 55ª edição da ModaLisboa LUSA/MARIO CRUZ

Este domingo foi o último dia da ModaLisboa que contou com colecções de Carolina Machado, António Castro, Gonçalo Peixoto, Hibu, Archie Dickens, Olga Noronha e Carlos Gil – que fechou a 55ª edição do evento com uma homenagem a Portugal.

O desfile de Carlos Gil começou com uma ode ao país, com um padrão com diversos monumentos portugueses em diversas cores, onde se distinguia facilmente a estátua do Cristo Rei e a Torre dos Clérigos. O criador explicou ao PÚBLICO que queria “chamar a atenção do que é português” e, por isso, colocou na colecção “a emoção, o sentimento, a cultura, a tradição”.

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A colecção apresentada no jardim perto do Pavilhão Carlos Lopes foi finalizada com um padrão a preto e branco que, para o designer, é “uma alusão ao desconfinamento”. “Por essa mesma razão a manequim aparece no fim com uma trench coat a dizer Portugal”.

Ao longo do desfile foram sendo apresentados alguns apontamentos de cor, mas Carlos Gil escolheu para o final o amarelo, “que é um sentimento de luz, de sol, de alegria porque nós vamos conseguir ultrapassar tudo isto”.

Também Gonçalo Peixoto fez uma colecção pensada para o desconfinamento, para a diversão e alegria de viver. Inspirada nos anos 2000, a colecção apresentou diversos modelos em tons pastel. “Queria uma colecção que nos tirasse deste tempo sombrio”, disse o designer ao PÚBLICO.

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Para o criador esta colecção representa o seu desejo: “que isto acabe tudo muito rápido e que nós possamos voltar a sair, a divertir-nos, a ir a festas”.

Tanto a colecção de Carlos Gil, como a colecção de Gonçalo Peixoto foram pensadas durante a quarentena. A quarentena deixou Carlos Gil sem vendas, mas o criador indicou que entretanto já recuperou um pouco no Verão, apesar de se sentir a falta de festas como casamentos.

Já Gonçalo Peixoto deve ter sido dos poucos designers com o maior período de vendas de sempre. O jovem criador repensou a sua marca, quis chegar a mais pessoas e conseguiu. “Desenvolvi uma linha mais comercial que foi o que fez mexer um bocadinho durante a quarentena, foi um sucesso e agora vou levar para todas as colecções”, contou. Assim, passará a haver a colecção de high fashion e a linha mais acessível.

Presidente da ModaLisboa faz balanço positivo

“Até agora tem corrido super bem”, começou por dizer ao PÚBLICO Eduarda Abbondanza, presidente da ModaLisboa. Admitindo que a própria organização se está a adaptar ao novo formato, disse ter visto muita gente contente por poder estar presente no evento.

Questionada sobre a avaliação da Câmara Municipal de Lisboa, a designer afirmou não estar preocupada. A câmara aprovou, em Julho, uma proposta para a realização de um estudo por uma entidade independente sobre o retorno económico de cada uma das edições sazonais da ModaLisboa. O PÚBLICO questionou Eduarda Abbondanza sobre como seria feito o evento caso o financiamento da autarquia fosse retirado, ao qual a presidente respondeu que não sabia.

Ainda assim, Eduarda disse ao PÚBLICO que a Associação ModaLisboa sempre entregou o resultado do retorno económico. “Um estudo de viabilidade económica era uma coisa que estávamos há imenso tempo a querer fazer e não tínhamos dinheiro, portanto pode ser também útil para nós.”

Quanto ao digital, um dos granes investimentos desta edição (com investimentos no site, aplicação telemóvel e na televisão, novas narrativas, entre outros), a presidente admitiu que veio para ficar. “Nós não andamos para trás (…) o digital que deu passos em frente vai ficar, não ficara nesta dose, eu espero que não”, referiu. À Lusa disse ainda que outras decisões seriam mantidas nas próximas edições, como a redução de público.

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