Santuário de Fátima: lotação máxima de seis mil pessoas obrigou a fechar as portas

O encerramento dos acessos, depois de atingida a lotação máxima, fez-se “sem embaraços”, garante porta-voz do santuário, que se diz tranquila quanto à capacidade de assegurar “as condições de segurança” para as celebrações desta segunda e terça-feira, em que os católicos assinalam o que acreditam ter sido a sexta e última aparição da Virgem aos pastorinhos.

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O acesso ao recinto e a liberdade de circulação dentro do mesmo estarão fortemente condicionados nesta peregrinação de Outubro LUSA/PAULO CUNHA

O Santuário de Fátima atingiu este domingo a lotação máxima de seis mil pessoas, prevista no respectivo plano de contingência, e viu-se obrigado a bloquear o acesso ao recinto de orações. “Quando faltavam dez minutos para o meio-dia, decidimos encerrar as entradas, porque atingimos o número de máximo de pessoas previsto para a celebração eucarística”, adiantou ao PÚBLICO a porta-voz do santuário, Carmo Rodeia.

“A situação não causou nenhum embaraço e a possibilidade de encerrarmos as entradas está prevista no plano de contingência sempre que não estejam observadas as condições de segurança”, acrescentou aquela responsável, para especificar que as pessoas que entravam “estavam a ser contadas em cada uma das oito entradas e o santuário sabia que isso podia acontecer.

“Do lado de fora [do recinto], não houve nenhum embaraço”, garantiu ainda, elogiando “o comportamento exemplar” que os peregrinos têm tido.

Finda a celebração eucarística, o acesso ao recinto voltou a ser desbloqueado. E esta afluência de peregrinos acima do permitido, numa altura em que os contágios pelo novo coronavírus voltaram a aumentar, serviu, de algum modo, para testar a capacidade de os responsáveis do santuário controlarem as cerimónias deste 12 e 13 de Outubro, em que os católicos celebram o que acreditam ter sido a sexta e última Aparição da Virgem aos pastorinhos em 1917. Quer o cardeal de Leiria-Fátima, D. António Marto, quer o reitor do santuário, Carlos Cabecinhas, já divulgaram, de resto, apelos para que os peregrinos não se desloquem ao santuário, sobretudo se vierem de longe, dado o risco que correm de terem de ficar de fora do recinto. 

As cerimónias serão presididas pelo bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, e costumam congregar milhares de fiéis, tal como aconteceu com a peregrinação dos dias 12 e 13 de Setembro. E para evitar aglomerações acima do plano acordado com a Direcção-Geral da Saúde, os responsáveis do santuário fixaram o limite máximo de seis mil pessoas, numa lotação que, segundo as contas feitas pelos responsáveis do santuário, permitirá uma distância média de oito metros quadrados por pessoa, já que a área útil do recinto é de 48 mil metros quadrados. 

As entradas estarão por isso sujeitas a “diversos meios de controlo”, sendo que as deslocações dentro do recinto “só podem ser feitas nos corredores assinalados”. O uso de máscara será obrigatório durante as celebrações, mesmo no espaço aberto do recinto de oração. E, para garantir “uma uniforme disposição da assembleia no recinto”, anunciou no início do mês o santuário, foram marcadas no solo “áreas circulares de ocupação, devidamente distanciadas”, sendo que “em cada círculo, poderá estar apenas um número limitado de pessoas coabitantes”. Os peregrinos serão conduzidos por profissionais do santuário através de corredores criados para o efeito.

Quanto ao exterior do recinto, caberá às forças de segurança, nomeadamente à GNR, gerir o fluxo de peregrinos. 

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