Próximos leilões de solar poderão incluir auto-estradas e barragens

O Governo está a estudar soluções que “não ocupem terrenos” para os próximos leilões de potência solar, revelou o secretário de Estado da Energia.

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O secretário de Estado da Energia, João Galamba Nuno Ferreira Santos

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, adiantou esta quarta-feira que o Governo está a ponderar a construção de painéis solares em auto-estradas e em barragens nos próximos leilões de potência solar que vierem a ser lançados.

Numa intervenção na conferência anual da Associação das Energias Renováveis (Apren), João Galamba referiu que os próximos leilões de potência solar poderão incluir “superfícies não convencionais”, como as barragens ou os separadores de auto-estrada.

Já antes, noutra intervenção, um dos assessores de João Galamba, Ricardo Loureiro tinha adiantado que “não é do interesse do Governo” ter o Alentejo cheio de painéis fotovoltaicos e que, por isso, estavam a ser avaliadas possibilidades alternativas de localização para os novos projectos a atribuir por leilão.

Além das albufeiras e das auto-estradas, Ricardo Loureiro deu como exemplo o “aproveitamento de explorações agrícolas”.

No primeiro leilão, realizado em 2019, foram licitados pontos de injecção na rede no centro do país. O segundo leilão, realizado este Verão, atribuiu reserva de capacidade de injecção no Alentejo e no Algarve.

O Governo estuda agora soluções alternativas, que “não ocupem terrenos”, adiantou João Galamba.

A propósito de uma das principais preocupações manifestadas por diversos participantes na conferência anual da Apren, a da complexidade e morosidade dos processos de licenciamento das novas centrais, o secretário de Estado garantiu que o Governo está empenhado em “reforçar a capacidade de intervenção das duas principais entidades licenciadoras do país”.

A proposta do Orçamento do Estado para 2021 trará medidas para “reforçar os meios humanos, técnicos e informáticos” da Direcção-geral de Energia e Geologia (DGEG) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), revelou o governante.

“Face ao volume de investimento que é esperado” na próxima década em projectos de energia limpa, a capacidade de actuação da DGEG e da APA tem de ser assegurada, frisou.

O secretário de Estado acrescentou que o Governo fará um esforço de simplificação dos processos de licenciamento dos projectos na transposição da legislação europeia de energias renováveis.

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