Juan Cavia e Filipe Melo à procura das suas inquietações

Balada para Sophie é a mais ambiciosa e bela criação da dupla composta pelo argumentista português e o desenhador argentino. A história de um pianista que luta contra o pior dos vilões: ele próprio.

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Começou tudo por uma piada. Por algum caminho que talvez se tenha apagado com o tempo, chegou às mãos do desenhador argentino Juan Cavia a capa de um disco intitulado Le Poète du Piano, assinado pelo pianista francês Samson François. Na foto que ilustra gravações de peças de Chopin, Debussy e Ravel sob tão pomposo e altissonante título, Samson François toca levemente o rosto com a mão direita, numa pose estudada para transmitir sensibilidade extrema e mistério q.b. Olha para cima, para um lugar incerto, desconhecendo-se se admirava alguma aparição de Nossa Senhora, se reflectia com comoção na sua própria genialidade ou se elaborava mentalmente a lista de legumes em falta para confeccionar o jantar dessa noite. Ao partilhar essa imagem com o seu partner in crime na banda desenhada, o argumentista Filipe Melo, Cavia havia de lançar as sementes de Balada para Sophie, o livro mais ambicioso da dupla até à data.

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