Covid-19: mais quatro mortes e 425 casos em Portugal, o menor aumento em quase duas semanas

Lisboa e Sintra voltam a ser os concelhos com mais infecções detectadas na última semana. Desde 19 de Maio que não havia tantos doentes nos cuidados intensivos e 659 internamentos são o máximo desde dia 15 desse mês.

Portugal registou esta segunda-feira mais 425 casos nas últimas 24 horas, o menor número diário desde 15 de Setembro, e mais quatro mortes. Desde o início do surto, já foram detectados 74.029 casos de infecção e morreram 1957 pessoas. A 15 de Setembro, também foram notificadas quatro mortes e 425 novos infectados.

Os números, divulgados esta segunda-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), dão conta de mais 237 pessoas recuperadas, aumentando o total de recuperações para 47.884. Excluindo estes casos e os óbitos, há 24.188 casos activos em Portugal, mais 184 do que no dia anterior.

Há ainda a registar mais 24 pessoas internadas, para um total de 659, das quais 98 estão nos cuidados intensivos (mais nove do que no domingo).

Estes valores são os mais altos desde meados de Maio: é preciso recuar a 15 de Maio para encontrar um número superior de doentes internados ​(673), sendo que os infectados em cuidados intensivos eram então 112. Os 98 infectados em unidades de cuidados intensivos são um máximo desde 19 de Maio (101).

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, revelou esta segunda-feira, durante a conferência de imprensa sobre a situação da pandemia de covid-19 em Portugal, que actualmente 97,3% dos casos activos encontram-se a recuperar no domicílio e 2,7% estão internados — 0,4% em unidades de cuidados intensivos e 2,3% em enfermaria.

A taxa de letalidade global da covid-19 em Portugal é, neste momento, de 2,6%, subindo para 13,6% acima dos 70 anos. Três das quatro mortes das últimas 24 horas foram registadas na região Norte, com o quarto óbito a ser em Lisboa e Vale do Tejo.

A região de Lisboa continua a ser a que concentra o maior número acumulado de casos em Portugal, com 37.816 infecções e 754 mortes por covid-19. Nas últimas 24 horas, foram aí detectados 188 novos casos. Segue-se a região Norte, que contabiliza o maior número de óbitos, com 884 vítimas mortais em 26.575 casos identificados (168 desde domingo).

No Centro, foram detectados 43 novos casos, num total de 6060 casos de infecção e 262 mortes. O Alentejo soma 1494 casos (mais sete) e 23 mortes e o Algarve tem registados 1600 infectados (mais 19) e 19 óbitos.

A Madeira, com 217 casos e nenhuma morte, e os Açores, com 267 casos e 15 mortes, não tiveram esta segunda-feira qualquer nova notificação.

Esta segunda-feira foi também feita a habitual actualização semanal da distribuição dos casos por concelho. À semelhança do que se verificou na semana passada, Lisboa é o concelho que regista o maior número de novos casos, com 467 na última semana – mais 19 do que a contagem semanal anterior – para um total de 6517.

Na lista dos concelhos com maior número de novas infecções seguem-se Sintra com mais 467 casos (total de 5441), Loures (mais 179, total de 3092), Cascais com mais 156 (2036 no total) e Guimarães, o concelho com mais novas infecções detectadas a norte, com 142 para um total de 1302.

Amadora (124 novos casos, total de 3038), Vila Nova de Gaia (121, 2275 no total), Oeiras (122, total de 1725), Odivelas (mais 117, 2209 acumulados) e Almada (97, total de 1250) fecham a lista dos dez concelhos com registo de mais novos casos na última semana.

Há 12 escolas com surtos identificados

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas revelou que, até ao momento, tem registo de 12 escolas com surtos identificados do novo coronavírus: cinco no Norte, uma no Centro, seis em Lisboa e Vale do Tejo e nenhuma no Alentejo e Algarve. No total, estão “78 pessoas implicadas como casos positivos para SARS-Cov-2 que depois originaram contactos e pessoas em isolamento num número diferente deste”.

Há também actualmente 51 surtos activos em lares: dez na região Norte, dois no Centro, 33 em Lisboa e Vale do Tejo, três no Alentejo e três no Algarve.

No que diz respeito a surtos nos hospitais, Graça Freitas referiu que existem “neste momento alguns” em instituições de saúde em Guimarães, Paredes, Póvoa de Varzim, Vila Nova da Galé, Guarda, Leiria, Almada e Lisboa, afectando sobretudo os profissionais de saúde. “As autoridades de saúde estão a acompanhar de perto e, neste momento, a situação está tanto quanto possível controlada e identificada e estão a observar-se já se existem ou não cadeias de transmissão fora dos estabelecimentos onde ocorreram os casos”, destacou.

O secretário de Estado da Saúde revelou, por sua vez, que há, até ao momento, registo de um total de 4970 profissionais de saúde infectados pelo novo coronavírus, entre os quais 629 médicos, 1435 enfermeiros, 1401 assistentes operacionais, 166 assistentes técnicos, 167 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e outros 1172, existindo 4108 recuperados — “uma percentagem superior a 82% de recuperados”.

Primeira fase da vacinação contra a gripe

António Lacerda Sales destacou que começa esta segunda-feira a primeira fase de vacinação contra a gripe, sendo esta a primeira vez que a campanha “tem início ainda em Setembro com vista a minimizar a co-circulação do vírus da gripe sazonal e do SARS-CoV-2”. As 335 mil doses desta primeira fase destinam-se aos profissionais de saúde, grávidas e idosos residentes em lares. A segunda fase de vacinação começa a 19 de Outubro e destina-se também a doentes crónicos.

O secretário de Estado aproveitou ainda para fazer um agradecimento aos bastonários das ordens profissionais dos Enfermeiros, Farmacêuticos e dos Médicos, que “se uniram ao Ministério da Saúde, através da Direcção-Geral da Saúde, no desenvolvimento e suporte financeiro de uma campanha de comunicação que visa que ninguém dos grupos de risco identificados fique por vacinar este ano”.

Os dois milhões de vacinas chegarão em tranches, pelo que “as pessoas não serão vacinadas todas de uma vez”. “É um processo organizativo dos cuidados de saúde primários que decorrerá com serenidade até ao final do ano”, concluiu António Lacerda Sales.

O secretário de Estado destacou ainda que “para além da vacinação nos centros de saúde, este ano cerca de 10% das vacinas reservadas à população com mais de 65 anos poderão ser administradas em 2000 farmácias de todo o país, graças também a um esforço e empenho das associações de farmácias em regime de complementaridade ao Serviço Nacional de Saúde”.

Em relação à primeira fase de vacinação contra a gripe, Graça Freitas salientou que nos lares “a logística é mais complexa”. “Os centros de saúde organizam-se com os lares e com as unidades de cuidados continuados para vacinar os residentes e os profissionais e há a deslocação de equipas do Serviço Nacional de Saúde a esses lares”, disse, sublinhando que em alguns casos são os enfermeiros dos próprios lares a administrarem as vacinas e que este “é um processo gradual”, pelo que “é normal” ainda não estarem disponíveis vacinas contra a gripe para todas as instituições residenciais para idosos.

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