Fátima, Avante! e uma desculpa chamada covid

Não sei se também vos acontece, mas qualquer coisa que hoje falhe à minha volta a culpa é da covid. Começa a ser um bocadinho aborrecido, sobretudo quando sabemos que “covid” é apenas o nome que agora damos à incompetência e à estupidez.

E a quantidade de gente que me disse: “então escreveu sobre a Festa do Avante! e agora não escreve nada sobre Fátima”? Essa provocação é especialmente canhestra por três razões: 1) parece não conceber que uma mesma pessoa possa condenar em simultâneo o que se passou em Fátima e o que se passou na Festa do Avante!, como se estivéssemos em 1917 e fosse obrigatório escolher entre Lenine e Nossa Senhora; 2) parece não entender a diferença entre um ajuntamento que ocorreu de forma inesperada (o santuário costuma encher a 13 de Maio e a 13 de Outubro, mas não a 13 de Setembro) e um ajuntamento que um partido promoveu e desejou que ocorresse; 3) parece não compreender que o grande problema do Avante! nunca esteve no número de pessoas que iriam sair com covid da Quinta da Atalaia, mas no péssimo exemplo que o PCP deu ao país quando reivindicou para si privilégios negados a outros.

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