MotoGP: mau arranque amarga o domingo de Miguel Oliveira

O português não andou bem nesta corrida, mas os cinco pontos somados acabam por ser um mal menor para o piloto de Almada.

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Oliveira em pista em São Marino LUSA/PASQUALE BOVE

Depois do primeiro triunfo de sempre em MotoGP, no Grande Prémio da Áustria, o piloto português Miguel Oliveira não foi além do 11.º lugar neste domingo, na corrida de São Marino.

Esta sexta prova do campeonato foi ganha por Franco Morbidelli  uma estreia a vencer na categoria rainha do motociclismo , dando à Yamaha a primeira vitória neste circuito nos últimos seis anos.

“Morbido” foi o quinto vencedor diferente em seis corridas, provando que, sem Marc Márquez (lesionado), o Mundial 2020 tem tudo para ser dos mais abertos dos últimos anos.

Pecco Bagnaia (Ducati) – surpreendentemente competitivo nesta prova, depois de um mau arranque de campeonato, devido a problemas físicos  e Joan Mir (Suzuki) completaram os restantes lugares do pódio e Mir acabou mesmo por ser um dos grandes vencedores do dia, escalando do oitavo para o quarto lugar do Mundial.

Mau arranque foi fatal

Neste domingo, São Marino recebeu a primeira corrida da temporada 2020 com presença de público, registando-se a entrada de 9970 pessoas num circuito com capacidade para 60 mil.

E estes cerca de dez mil espectadores não viram um bom desempenho de Miguel Oliveira. Antes da corrida, já perfilado na grelha, o piloto tinha dito que seria importante não perder tempo nas voltas iniciais, mostrando-se confortável com a escolha de pneus (duro à frente e médio atrás, uma combinação que já se esperava que demorasse a dar frutos em pista).

Neste cenário, os intentos do português estiveram longe de ser cumpridos. Arrancando do 12.º lugar e do lado direito da pista, Oliveira caiu três posições no arranque e rodou várias voltas na 15.ª posição.

Na frente, também Maverick Viñales sofreu. O espanhol, que saiu da pole position, caiu três lugares logo na primeira volta e, à oitava, já rodava em quinto lugar, com um ritmo de corrida fraco – foi sempre ultrapassado com relativa facilidade. Em sentido contrário estavam o líder Franco Morbidelli e o vice-líder Valentino Rossi, ambos com bons começos de corrida.

Estava a ser, porém, uma prova relativamente enfadonha e parca em ultrapassagens. Emoção só mesmo à volta 8, com a queda do líder do campeonato Fabio Quartararo – façanha que ainda repetiu mais uma vez nesta corrida.

E foi sensivelmente nesta fase que a corrida de Miguel Oliveira mudou. O português já estava a tirar o melhor rendimento do pneu duro, passou Petrucci e Binder, fez a sua melhor volta e iniciou a perseguição aos irmãos Esparagaró, que rodavam à sua frente.

O português demorou 15 voltas a regressar ao lugar que tinha tido na grelha, algo que atesta o mau início de corrida do piloto da KTM. As voltas seguintes eram de ataque ao top-10, mas Oliveira acabou por perder o duelo com Pol Espargaró.

Dovizioso lidera o Mundial

Este desfecho, com cinco pontos somados, dificilmente pode ser considerado positivo, dado o 12.º lugar na grelha de partida, mas, pela dificuldade tida em pista, acaba por ser um mal menor para o piloto de Almada.

Nas contas do campeonato, Oliveira continua no nono lugar, com 48 pontos, enquanto a corrida desastrada de Quartararo fez com que o francês perdesse a liderança do Mundial para Andrea Dovizioso (separados agora por seis pontos).

Após a corrida, Miguel Oliveira assumiu que “foi complicado ganhar posições, sobretudo no início da corrida”, explicando que devido “às diferentes escolhas de pneus”, a vida dos pilotos “ficou dificultada”.

A próxima corrida está agendada já para o próximo fim-de-semana e novamente no circuito de Misano, junto à costa adriática de Itália.

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