Com mais ou menos confiança, milhões de alunos regressam às escolas na Europa

Mais de 79% dos franceses defenderam o regresso dos filhos às aulas presenciais, enquanto em Inglaterra o Governo ameaça com multas aos pais que não deixem as crianças irem para a escola. Grécia adiou o recomeço e Espanha inicia, de forma faseada, na próxima semana.

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Crianças francesas a brincarem no intervalo numa escola em Nice ERIC GAILLARD/Reuters

Com o número de infecções por coronavírus a aumentar em praticamente todos os países europeus, milhões de crianças regressaram às escolas esta semana e muitas outras preparam-se para começar o novo ano lectivo nas próximas semanas.

Na terça-feira, as escolas reabriram na França, na Bélgica, na Polónia e na Rússia, entre a estranheza das crianças com a situação excepcional que enfrentam e a preocupação de pais e professores.

Em França, mais de 12,4 milhões de estudantes voltaram à escola na terça-feira, com o uso de máscara obrigatório para professores e para os alunos com mais de 11 anos.

Apesar do aumento exponencial de casos nos últimos dias, que fizeram França reviver os números do final de Março, na altura mais crítica da pandemia, uma sondagem da Ifop demonstra que 79% dos franceses mostraram-se favoráveis ao regresso dos filhos às aulas presenciais.

No mesmo dia, também regressaram os estudantes belgas, polacos e russos. Na Polónia, o uso de máscara não é uma imposição nas salas de aula, e os directores tiveram liberdade para decidir em que áreas comuns o uso deve ser obrigatório. Na Bélgica, um dos países mais afectados em termos de taxa de mortalidade pela covid-19, as máscaras são obrigatórias para os professores e alunos com mais de 12 anos. Na Rússia, apenas os docentes têm obrigatoriedade de andar de máscara, e os horários e intervalos estão divididos por turnos, para evitar aglomerações nas áreas comuns.

Noutros países, como a Alemanha, Países Baixos ou Reino Unido, as aulas já começaram no passado mês de Agosto, um regresso com mais confiança em alguns casos, e menos noutros. Na Alemanha, o ano lectivo recomeçou em vários estados e muitos alunos começaram a voltar às escolas no início de Agosto. Na maioria dos estados, crianças e professores têm de usar máscara em espaços fechados, à excepção das salas de aula. 

A várias velocidades, os Países Baixos iniciaram o regresso às aulas em meados de Agosto e, na passada segunda-feira, as escolas reabriram no Centro do país, completando a retoma das aulas presenciais. No entanto, segundo uma sondagem da Ouders & Onderwijs, cerca de 2% dos alunos (cerca de 50 mil) faltaram aos primeiros dias de aulas com medo da pandemia, apesar de a maioria dos pais (61%) acreditar que o risco de contágio na escola é baixo.

No Reino Unido, o regresso também sido feito de forma faseada: esta semana, com várias datas de reabertura, os jovens voltaram às escolas em Inglaterra e no País de Gales. Na Escócia e na Irlanda do Norte, o ano lectivo começou em Agosto.

Em Inglaterra, um em cada seis pais está a considerar “seriamente” manter os filhos em casa, com receio da covid-19, revelou uma sondagem do The Telegraph, o que já levou o Governo de Boris Johnson a admitir aplicar multas até 120 libras (cerca de 135 euros) às famílias que decidam manter os filhos em casa. Na Escócia, que começou a reabrir as escolas em 11 de Agosto, cerca de 15,5% dos alunos (mais de 100 mil) não voltaram às escolas, segundo a BBC

A Grécia, que tinha planeado a reabertura para a terça-feira passada, adiou o início das aulas para o próximo dia 14 de Setembro, devido ao aumento de casos de SARS-CoV-2.

No mesmo dia, a maioria das regiões em Itália também vai abrir as portas aos alunos, sendo que as últimas medidas de segurança ainda estão a ser ultimadas. A máscara vai ser obrigatória à entrada e a saída das escolas, mas podem ser retiradas durante as aulas, onde haverá um distanciamento físico entre secretárias. Na Grécia, professores e estudantes têm de usar a máscara no interior das salas e também nos espaços exteriores.

Por fim, em Espanha, as aulas recomeçam na próxima semana, de forma faseada, e todas as crianças com mais de seis anos têm de usar máscara, manter uma distância de 1.5 metros e lavar as mãos pelo menos cinco vezes por dia. Na primária, as turmas serão dividas em “bolhas” de 15 a 20 alunos.

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