Multidão de extremistas e negacionistas do coronavírus tentou invadir Parlamento alemão

Politicos reagem com indignação à tentativa de invasão por manifestantes impedidos de se juntarem, por não cumprirem medidas de distanciamento da covid-19. Havia bandeiras do Reich entre os atacantes do Bundestag.

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LUSA/CLEMENS BILAN
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Reuters/CHRISTIAN MANG
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O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, classificou como “um ataque insuportável ao coração da nossa democracia” a tentativa de invasão do Parlamento em Berlim, no sábado, ao fim do dia, por radicais de direita e cépticos do coronavírus, que foram impedidos de continuar uma manifestação contra as restrições em vigor por causa da covid-19, por não respeitarem as regras de distanciamento social.

“É inaceitável que apareçam pessoas em frente do edifício do Bundestag, o mais importante símbolo da nossa democracia, o Parlamento, com símbolos do nosso passado negro, bandeiras que não têm nada a ver com a nossa democracia moderna”, afirmou o ministro das Finanças, Olaf Scholz, o candidato a chanceler dos sociais-democratas (SPD) 

Heiko Maas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, foi mais conciso: “É uma vergonha ver bandeiras do Reich junto ao Parlamento alemão”.

O governo da cidade-estado tinha argumentado que numa manifestação anterior, de 1 de Agosto, não foram cumpridas as regras de distanciamento físico em vigor para conter a pandemia, para a proibir. Os organizadores recorreram da proibição e venceram, na sexta-feira, mas o tribunal impôs condições, entre elas a distância física, com barreiras a assegurá-la, e com a exigência de que sejam feitos repetidos pedidos às pessoas para manter a distância pelos megafones.

O secretário-geral do SPD, Lars Klingbeil, manifestou surpresa por os serviços secretos alemães não terem recebido alertas de que “extremistas de extrema-direita estavam a infiltrar-se nesta manifestação”, cita-o a Deutsche Welle.

Cerca de 300 participantes na manifestação de Berlim foram detidos no sábado, quando a polícia dispersou o protesto, porque as pessoas não usavam máscaras nem mantinham distância entre si. Cerca de 38 mil pessoas juntaram-se em vários pontos da capital alemã e a polícia assinalou vários locais onde houve perturbações da ordem.

Num momento em que as infecções pelo novo coronavírus estão a aumentar em toda a Europa e sobe a frustração com as medidas de contenção do vírus, houve pequenas manifestações também em Londres, Paris e Lisboa.

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