Governador de Wisconsin declara estado de emergência. Kenosha prepara-se para terceira noite de protestos

Governador do estado autorizou o aumento da presença da Guarda Nacional de Wisconsin no terreno. Pai de Jacob Blake diz que filho foi atingido oito vezes e está paralisado da cintura para baixo, mas os médicos não sabem se essa condição é permanente ou apenas transitória.

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Imagens da noite de segunda-feira LUSA/TANNEN MAURY
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Protestos começaram no domingo depois de um homem negro de 29 ter sido baleado nas costas por dois polícias LUSA/TANNEN MAURY
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Protestos começaram no domingo depois de um homem negro de 29 ter sido baleado nas costas por dois polícias,Protestos começaram no domingo depois de um homem negro de 29 ter sido baleado nas costas por dois polícias LUSA/TANNEN MAURY,LUSA/TANNEN MAURY
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Protestos começaram no domingo depois de um homem negro de 29 ter sido baleado nas costas por dois polícias Reuters/STEPHEN MATUREN

O governador de Wisconsin, Tony Evers, declarou o estado de emergência naquele estado norte-americano e disse que vai enviar mais membros da Guarda Nacional para o terreno. Ao mesmo tempo, a cidade de Kenosha prepara-se para uma terceira noite de agitação depois de um cidadão negro, Jacob Blake, ter sido baleado pela polícia pelas costas e à queima-roupa na noite de domingo.

Evers disse que autorizaria um aumento da presença da Guarda Nacional de Wisconsin para 250 membros — mais de 100 foram destacados na segunda-feira à noite. A medida foi autorizada depois do pedido das autoridades policias locais, que reclamaram uma resposta mais musculada por parte do estado depois de uma noite de pilhagens e incêndios que ofuscaram os protestos pacíficos dos manifestantes, que saíram à rua para protestar contra mais um caso de violência policial.

Apesar de reconhecer os direitos dos manifestantes, Evers disse que comportamentos ilegais não serão permitidos.

“A nossa cidade foi totalmente queimada, edifício após edifício. Já chega”, disse à Reuters Zach Rodriguez, membro do Conselho de Supervisores do Condado de Kenosha. Segundo Rodriguez, o conselho vai realizar uma reunião de emergência esta terça-feira para procurar ajuda federal, uma vez que há receios de que o governador do estado não esteja a fazer o suficiente para acalmar os ânimos nas ruas.

As autoridades preparam-se, agora, para reviver o cenário da noite de segunda-feira: várias lojas e restaurantes foram pilhadas e queimadas e assim que o recolher obrigatório entrou em vigor, às 20h de segunda-feira (hora local, 2h de terça-feira em Portugal continental), a polícia de intervenção começou a lançar gás lacrimogéneo contra a multidão, que se manifestava de forma pacífica em frente ao tribunal do condado de Kenosha, mas que resistiu às ordens para se retirar.

Blake, de 29 anos, foi baleado à queima-roupa no momento em que tentava entrar numa carrinha pelo lado do condutor, e onde estavam sentados, no banco de trás, os seus três filhos, de três, cinco e oito anos. O homem foi transportado para o hospital em estado crítico, mas não corre risco de morrer dos ferimentos. A polícia não explicou, ainda, a razão pela qual Blake foi baleado.

De acordo com declarações do pai ao Chicago Sun-Times, o filho foi atingido oito vezes e está paralisado da cintura para baixo, mas os médicos não sabem se essa condição é permanente ou apenas transitória. Segundo a Reuters, o pai de Blake, também chamado Jacob Blake, diz “não ter confiança na investigação”. Os advogados da família exigem que os polícias que balearam o homem sejam presos e que os restantes membros das forças policiais que responderam à ocorrência sejam detidos. Esta terça-feira, o governador e a família de Blake têm uma conversa telefónica marcada.

O caso está a ser investigado pelo Departamento de Justiça do Wisconsin, que promete anunciar se vai ou não avançar para uma acusação formal, ou, se não encontrar indícios, arquiva o processo. Enquanto isso, dois agentes envolvidos foram suspensos e ficam a aguardar o resultado das investigações fora de serviço.

O caso ocorre precisamente três meses depois da morte de George Floyd em Minneapolis às mãos da polícia, situação que gera, até agora, protestos em todo o país contra a brutalidade policial e o racismo.

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