Greta Thunberg volta à escola após ano sabático dedicado ao activismo climático

Aos 16 anos, a activista sueca interrompeu as aulas presenciais e viajou pelo mundo para participar em greves climáticas, cimeiras internacionais e reuniões com dirigentes políticos e outros activistas. Esta semana, voltou à escola. O balanço? “O mundo ainda está em negação da crise climática”, escreveu.

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LUSA/HAYOUNG JEON

Não foi um regresso à escola depois de umas divertidas férias de Verão. Antes, Greta Thunberg acaba de regressar da Alemanha, onde se encontrou com a chanceler alemã Angela Merkle. Na segunda-feira, estava de volta à sala de aulas, depois de um ano sabático pouco comum. 

“O meu ano sabático da escola terminou e é tão bom voltar finalmente à escola!”, escreveu a activista pelo clima na legenda de uma fotografia onde aparece com a bicicleta na mão e a mochila às costas. 

Ainda com 16 anos, Greta Thunberg interrompeu as aulas presenciais no final do ano lectivo sueco, em Junho de 2019. Desde aí que assistia a aulas remotamente, enquanto viajava pelo mundo para participar em cimeiras pelo clima, reuniões da Comissão Europeia ou o Fórum Económico Mundial em Davos, bem como as greves climáticas globais organizadas pelo Fridays For Future. A activista impulsionou o movimento que levou milhões de jovens à rua quando, ainda na escola, fazia greve às sextas-feiras para se sentar à porta do parlamento sueco com um cartaz onde se lia: Greve à escola pelo clima”.

No final de 2019, a activista chegou a Lisboa depois de 21 dias a bordo de um veleiro no Atlântico. O destino final era a COP25, em Madrid. Foi na Cimeira das Nações Unidas sobre as alterações climáticas que Greta disse que “não é uma solução sustentável” os jovens faltarem às aulas para protestar. “É um grande passo na direcção certa. No entanto, as emissões estão a aumentar e por isso não é uma vitória. O que queremos é acção e isso ainda não aconteceu. Desse ponto de vista, não alcançámos nada”, disse.

A 20 de Agosto de 2020, no dia em que celebrava dois anos de greves, Thunberg e outras activistas encontraram-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, que detém, actualmente, a presidência rotativa do Conselho Europeu. 

O objectivo era entregar uma carta aberta com exigências aos líderes mundiais, assinada por mais de 125 mil pessoas. Em simultâneo, poderia também ser uma análise dos resultados dos dois anos de activismo de uma adolescente que se tornou Personalidade do Ano para a Time, em 2019, depois de ser candidata ao Prémio Nobel da Paz. O balanço, infelizmente, não é positivo: “A crise climática e ecológica nunca foi tratada uma vez que fosse como uma crise. A distância entre o que precisamos de fazer e o que está de facto a ser feito está a alargar-se a cada minuto. Efectivamente, perdemos mais dois anos cruciais de inacção política”, escreveu.

Greta Thunberg não disse em que escola ou cidade iria continuar o secundário.

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