Covid-19. Lisboa com menos de 50% dos novos casos três meses depois — veja o gráfico da evolução

Este sábado, região concentrou 47,5% dos novos casos diários, número mais baixo desde o dia 10 de Maio. Especialista Ricardo Mexia diz que diminuição é natural e relembra necessidade de cautela durante as férias.

Pela primeira vez desde 10 de Maio, a região de Lisboa e Vale do Tejo não concentra a maioria dos novos casos diários de covid-19. Este sábado, dos 198 novos casos detectados pelas autoridades de saúde nas últimas 24 horas, 94 (47,5%) foram identificados nesta região, de acordo com os dados do boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde deste sábado. Depois de três meses consecutivos, esta região vê, por fim, uma diminuição no peso global dos novos casos.

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“Tivemos a evolução durante este longo período, portanto era expectável que, de alguma maneira, a região estivesse numa situação semelhante ou paralela ao resto do país, como parece ser o caso. É uma evolução que deriva do controlo da situação em Lisboa e Vale do Tejo – que era mais preocupante e agora está um pouco mais controlada –, mas também está relacionada com o surgimento de alguns de outros casos fora da região”, explica Ricardo Mexia, médico de Saúde Pública do Departamento de Epidemiologia (DEP) do Instituto Ricardo Jorge.

Em Junho, a região teve dias em que somou mais de 90% do total de novas infecções diárias no país. Lisboa e Vale do Tejo é, neste momento, a região com maior número de casos de infecção desde o início da pandemia (27.888) e a segunda com maior número de óbitos (629), ultrapassada pelo Norte que conta 839 vítimas mortais. Esta especial incidência levou a que o Governo aplicasse restrições especiais a certas zonas de Lisboa, numa tentativa de colocar um travão à escalada de infecções. 

O especialista relembra que a concentração da maioria dos novos casos em LVT durante três meses “não era normal”, recordando que, na fase inicial da pandemia, a região Norte também chegou a concentrar a maioria dos novos casos e óbitos por covid-19 no país. Mas há alguma zona geográfica que, neste momento, inspire particular preocupação para os especialistas em saúde?

“Acho que, neste momento, a questão já não é regional, é nacional. Isso implica que toda a gente, neste período de férias, tenha a preocupação de manter bastantes cautelas de modo a que consigamos chegar ao Outono e Inverno de uma forma mais controlada”, reitera Ricardo Mexia, vincando que apesar de o Verão ter representado uma redução do número de casos, vários países registam um aumento das novas infecções, uma situação a ter em conta no futuro próximo. 

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