Marcelo, preocupado com vaga de incêndios, admite interromper férias no Porto Santo

O Presidente da República chegou a Porto Santo nesta quinta-feira à tarde e, apesar de esperar que os incêndios na sexta-feira sejam controlados, já equaciona o regresso ao continente.

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Marcelo está de férias no Porto Santo, onde aproveitou para provar os doces regionais LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse nesta quinta-feira à noite que está a acompanhar a vaga de incêndios que assola o território continental e admitiu a possibilidade de interromper as férias no Porto Santo se a situação piorar.

“É um período particularmente difícil. Eu estou a acompanhar e sempre, como acontece nestas situações, embora eu deva partir daqui depois de amanhã [sábado], espero não ter de partir amanhã [sexta-feira]. Era bom sinal. Era sinal de que a noite permitiu um controlo nalgumas destas frentes”, afirmou o chefe de Estado aos jornalistas no centro da cidade de Vila Baleira, onde se deslocou esta noite em passeio, com o propósito de comer uma “lambeca”, um tipo de gelado muito popular naquela ilha madeirense.

O Presidente da República vincou que esteve em contacto com o ministro da Administração Interna e com os presidentes das câmaras de Sernancelhe, Alijó, Fundão e Sabugal, os concelhos com as situações mais complicadas ao final da tarde. “As condições, já se sabia, eram muito difíceis no dia de hoje [quinta-feira] e nos próximos dias”, disse Marcelo, realçando que a ocorrência de “vários focos” em “várias áreas muito distanciadas” dificulta a utilização de meios aéreos.

E reforçou: “Quando há um grande incêndio, ou dois no máximo, é fácil pegar nos meios aéreos que estão no Algarve e nos que estão no Norte e levá-los para o Centro se for necessário. Havendo o risco de fogos diversos, em vários lugares, não se pode desguarnecer aquilo que está preparado para intervenções a nível mais regional e local.”

A Protecção Civil indicou que esta quinta-feira foi dos dias “mais complicados” em termos de fogos, porque houve muitos e ao mesmo tempo, contabilizando até às 19h30 113 incêndios que mobilizaram 4600 operacionais. A avaliação foi feita num balanço do dia em conferência de imprensa pelo segundo comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes.

No Porto Santo, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se esperançado em que a situação evolua de forma positiva durante a noite e expressou a sua solidariedade com os autarcas dos concelhos afectados, bem como com os operacionais que estão a combater os incêndios. “Estou solidário e acompanho o que eles estão a fazer”, salientou, remetendo também a sua solidariedade para as populações situadas perto das frentes de fogo, que, embora não estejam previstas evacuações, “passam por susto”.

O Presidente da República chegou esta quinta-feira ao Porto Santo para um curto período de férias, estando o regresso a Lisboa marcado para sábado. Trata-se de uma visita particular sem agenda conhecida mas, para além de “matar saudades”, Marcelo Rebelo de Sousa disse que tem também como propósito promover a ilha enquanto destino turístico, numa altura em que o sector está a ser afectado pela crise pandémica.

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