Há 11 hospitais com falta de médicos em mais de dez especialidades. Alentejo é a região mais afectada

Despacho do Governo revela que a anestesiologia é a especialidade em que há mais falta de médicos, seguida de urologia, radiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

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Há 17 hospitais e unidade locais de Saúde com carências em anestesiologia Paulo Pimenta

O Alentejo é a região do país com mais carência de médicos especialistas. No país todo há 11 hospitais com carências em mais de dez especialidades.

De acordo com o despacho do Governo, publicado esta quinta-feira no Diário da República, que identifica o problema e que pretende dar incentivos para a mobilidade dos médicos, há unidades de Saúde que chegam a ter carências em 17 especialidades. É o caso da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, onde de facto há carências em 17 especialidades, ou do Hospital do Espírito Santo de Évora, com 16 especialidades em que faltam médicos, e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo com 15 lacunas.

Mais a norte surge o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira com faltas em 15 especialidades e a Unidade Local de Saúde do Nordeste, a Unidade Local de Saúde da Guarda e a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, os três com carências em 14 especialidades.

Ainda de acordo com o mesmo documento, a anestesiologia é a especialidade em que há mais falta de médicos. São 17 os hospitais e unidades locais de Saúde (ULS) que revelam ter falta de médicos nesta especialidade. Segue-se a urologia, com carências em 12 hospitais e em várias ULS. Radiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia apresentam carências em 11 unidades hospitalares, nas áreas de ortopedia, ginecologia/obstetrícia e pediatria estão identificadas carências em dez locais.

O despacho define ainda o número máximo de postos com direito a incentivo de natureza pecuniária, para incentivar os médicos a trabalhar nestas regiões. No total são 140 os postos, espalhados por 20 unidades hospitalares, que têm direito a este incentivo financeiro. O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira é a unidade com direito a mais postos que podem beneficiar de mais dinheiro, ou seja, terá dez postos em que poderá pagar mais para aliciar os médicos especialistas a concorrer.

Seguem-se o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, o Hospital do Espírito Santo de Évora e as unidades locais de Saúde do Baixo Alentejo, de Castelo Branco, da Guarda, do Litoral Alentejano, do Nordeste e do Norte Alentejano. Cada um tem autorização para dar incentivos financeiros ao preenchimento de nove postos. Depois o Centro Hospitalar de Leiria e o Centro Hospitalar Médio Tejo terão autorização para dar incentivos financeiros para oito lugares cada um.

O objectivo do despacho do Governo é definir “as zonas geográficas qualificadas como carenciadas para efeitos da atribuição dos incentivos quer à mobilidade de trabalhadores médicos com contrato de trabalho por tempo indeterminado, quer à contratação, mediante vínculo de emprego público ou privado, com serviço ou estabelecimento de saúde integrado no Serviço Nacional de Saúde (SNS), por estabelecimento de saúde e especialidade médica”.

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