Sonae Indústria e Sonae Capital disparam em bolsa com OPA

Oferta de aquisição lançada na sexta-feira pela holding Efanor leva a forte valorização na Euronext Lisboa.

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Ângelo Paupério preside à Efanor, a "holding" da família Azevedo Nelson Garrido

A oferta da Efanor sobre a Sonae Indústria e a Sonae Capital gerou uma onda de interesse que fez disparar a cotação destas duas sociedades na bolsa de Lisboa. A holding da família Azevedo, que é a maior accionista do grupo Sonae (dono do PÚBLICO) lançou na sexta-feira, ao final da tarde e já após o encerramento do mercado, duas ofertas públicas de aquisição com o objectivo de garantir mais de 90% dos direitos de voto, tanto numa como noutra sociedade. Às 11h30, a cotação da Sonae Indústria ganhava mais de 61% face à última sessão, enquanto as acções da Sonae Capital valorizavam 37%.

Face ao preço médio ponderado das acções nos seis meses anteriores a estas ofertas públicas de aquisição (OPA), a Efanor assume estar disposta a pagar um prémio de 68,1% pelas acções da Sonae Indústria e de 29,4% para as da Sonae Capital. Em comparação com o preço de sexta-feira, as subidas de hoje ficam ligeiramente aquém do prémio proposto.

A Efanor já controla 68,608% do capital social e direitos de voto da Sonae Indústria, cujos resultados consolidados do primeiro semestre, divulgados na quinta-feira, revelaram “impactos profundos e abrangentes da pandemia covid-19 na actividade e na rentabilidade: os primeiros seis meses de 2020 saldaram-se por um resultado líquido negativo de 7,2 milhões de euros. A Península Ibérica e a África do Sul foram os mercados mais afectados”, segundo explica o presidente, Paulo Azevedo, na mensagem introdutória às contas.

A contrapartida proposta é de 0,667 euros por acção, face à cotação média ponderada dos últimos seis meses.

Quanto à Sonae Capital, a Efanor detém 62,8% do capital social e 63,7% dos direitos de voto. A contrapartida oferecida é de 0,7 euros por acção, face à média ponderada dos últimos seis meses. Os resultados do primeiro semestre revelaram um resultado líquido negativo de 14,6 milhões de euros, reflectindo os impactos da covid-19.

Nos dois casos, segundo a informação prestada ao mercado, o futuro pode passar por uma saída da bolsa, mas para tal é preciso que estas OPA tenham sucesso. Sendo que as ofertas ganham eficácia se a holding da família Azevedo garantir pelo menos 90% dos direitos de voto nas duas sociedades.

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