Covid-19 em Portugal: mais três mortes e 203 casos, 72% na região de Lisboa

Número de internamentos e pessoas em cuidados intensivos subiu ligeiramente.

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Lisboa e Vale do Tejo concentra maior parte dos casos DIOGO VENTURA

Nas últimas 24 horas morreram três pessoas por covid-19 em Portugal, elevando o número total de vítimas mortais no país para 1725. Depois de dois dias consecutivos com os números de novos casos abaixo dos 100, os dados desta quarta-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS) dão conta de mais 203 pessoas infectadas, uma taxa de crescimento de 0,4% e que coloca em 50.613​ o número total de casos identificados desde 2 de Março.

Há mais 249 recuperados desde segunda-feira, num total de 35.875.

As três mortes das últimas 24 horas ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, região que esta quarta-feira concentra aproximadamente 72% dos casos registados nas últimas 24 horas. No Norte contam-se mais 36 casos de infecção (18% do total), no Centro sete casos (3%), no Alentejo nove casos (4%) e, no Algarve, cinco casos (3%). Nos arquipélagos da Madeira e dos Açores não existiu qualquer alteração face aos dados de terça-feira. 

O número de internamentos e de pacientes em unidades de cuidados intensivos subiram no último dia. Existem agora 403 pessoas internadas, mais uma do que na terça-feira, bem como mais duas pessoas nos cuidados intensivos, num total de 43 pacientes.

As últimas três mortes aconteceram todas nas faixas etárias mais avançadas: um homem e duas mulheres com 80 ou mais anos. 

Já morreram 860 homens (em 22.576 infectados, 3,8% mortes no total de homens infectados) e 865 mulheres (em 28.037 infectadas, 3,8% de mortes no total de mulheres infectadas). Em Portugal, 95% das mortes foram registadas em pessoas com mais de 60 anos (inclusive).

Final da Taça e Champions sem público

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, esclareceu esta quarta-feira que as duas competições de futebol que ainda se vão realizar em Portugal – a final da Taça de Portugal e as últimas fases da Liga dos Campeões – não terão público. Além disso, o protocolo a ser utilizado será o mesmo da Liga Portuguesa, já que, diz Graça Freitas, a conclusão da I Liga “correu bem”.

“Como sabem, há alguns meses que a Direcção-Geral da Saúde e a Federação Portuguesa de Futebol negociaram regras muito restritivas. Essas regras resultaram bem, a liga decorreu sem incidentes. Houve casos positivos, mas procedeu-se ao protocolo, tudo isto se passou de forma extremamente exemplar. O mesmo se vai aplicar à final da Taça de Portugal e esperamos que o comportamento dos adeptos seja igualmente exemplar. Esperemos que a comemoração exista, comemorar não é proibido, mas com distância e regras, e o mesmo será aplicado à competição europeia que se avizinha”.

Neste momento, existem dois surtos no país a merecer especial atenção por parte da DGS, apontou Graça Freitas. O primeiro em Moura, no Alentejo, e o segundo em Tomar, no distrito de Santarém.

Em Moura, Graça Freitas informou que “o surto iniciou-se no dia 15 de Julho, está activo, continua sob grande vigilância pelas autoridades de saúde e à data estão identificados 28 casos positivos”.

A directora-geral da Saúde garantiu que o surto “apresenta estabilidade” e que, apesar de “não está ainda controlado, ainda aparecem novos casos, de qualquer forma está estável e bem acompanhado pelas autoridades de saúde”.

Reserva de medicamentos será reforçada, inclusive de Remdesivir

A secretária de Estado adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, anunciou nesta quarta-feira que, “entre Janeiro e Junho” deste ano, “a despesa em medicamento em ambulatório foi de 683 milhões de euros, cresceu 5,4% face ao período homólogo e 671 milhões de euros em ambiente hospitalar, um crescimento de 1% face ao período homologo”.

Jamila Madeira afirmou ainda que dados sobre a reserva de medicamentos estarão disponíveis a partir de Setembro, que “será reforçada de forma descentralizada pelos hospitais e centralizada pelo Infarmed”.

Também o presidente do conselho directivo do Infarmed, Rui Santos Ivo, elogiou a reserva de medicamentos criada e garantiu que existem medicamentos suficientes até ao final do ano, incluindo de Remdesivir.

Rui Santos Ivo informou que, desde que o Remdesivir teve autorização especial por parte da União Europeia para tratar doentes com covid-19 a partir dos 12 anos, já foram tratados em Portugal 133 doentes com o medicamento, no Serviço Nacional de Saúde.

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