Peritos chumbaram o ventilador Atena, mas Infarmed “aprovou-o” na mesma

Tornou-se o projecto de ventilador mais mediático do país nesta pandemia. Recebeu doações de mecenas, foi visitado por membros do Governo, teve uma campanha de crowdfunding na televisão. Os seus responsáveis pediram ao Infarmed uma autorização para que pudesse entrar ao serviço na pandemia. Ela chegou, mas numa formulação peculiar.

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Ventilador Atena durante o desenvovimento em Abril Paulo Pimenta

O ventilador Atena, desenvolvido pelo CEiiA — Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos, teve uma “autorização excepcional” do Infarmed para uso no contexto do combate à pandemia de covid-19. O CEiiA recebeu a novidade a 14 de Julho e, no dia seguinte, anunciou-a na sua página no Facebook. Mas ainda que a deliberação do conselho directivo do Infarmed, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, empregue a palavra “autorização” relativa ao uso do Atena durante a pandemia, na realidade esse uso teve o parecer negativo do grupo de peritos criado especificamente para avaliar os ventiladores pulmonares no âmbito da covid-19. Os peritos chumbaram-no por unanimidade.

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