João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica, pede explicações a Jesus

O gestor de 53 anos apresentou-se como possível líder “encarnado”. Quer credibilidade, transparência e um Benfica europeu. E quer Jorge Jesus, apesar de ter deixado uma “bicada” ao treinador.

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João Noronha Lopes Diogo Ventura
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“O meu nome é João Noronha Lopes, sou o sócio 5001 e benfiquista desde que nasci”. Sorridente – ainda que sozinho na sala e no palanque –, foi com esta frase que João Noronha Lopes se apresentou aos benfiquistas como candidato à presidência do clube.

Com voz firme, começou por fazer uma autobiografia de benfiquismo, recordando memórias pessoais de feitos antigos do clube, e puxou dos galões: há 20 anos, quando o Benfica estava moribundo, no pós-Vale e Azevedo, Noronha Lopes fez parte da equipa de Manuel Vilarinho que ajudou a salvar o clube. A salvação na qual participou e que considera “ter dado dignidade ao clube”.

Depois da biografia de benfiquista e dos chavões “ambição, credibilidade e transparência”, o gestor, de 53 anos, formado em Direito, teve de mostrar ao que vem. E, apesar das respostas curtas e, por vezes, vagas, não deixou de dizer que Jorge Jesus é o treinador que pretende para liderar o Benfica.

“É um grande treinador e é o meu treinador”, garantiu, perante uma sala apenas aberta a jornalistas, apesar de deixar um apelo ao técnico: “Quando saiu [do Benfica], teve comportamentos dos quais eu não gostei. Ele deve uma explicação aos benfiquistas e espero que o faça”.

Noronha quer Benfica na Europa

Em matéria de plano para o clube, Noronha Lopes argumentou que “é na Europa que se afirma a grandeza do clube”, apontando o dedo aos desempenhos infelizes da equipa de futebol na Liga dos Campeões. “Portugal não nos basta, sublinho a Europa”, acrescentou.

E, sem ser directo, falou da transparência que considera não existir no clube. “Um dia, o presidente Ferreira Bugalho disse ‘respeitem o dinheiro do clube. Sirvam-no, mas não se sirvam dele’ (...) travaremos uma luta sem tréguas contra a opacidade, proporemos aos sócios uma revisão de estatutos que, entre outras mudanças, introduza a limitação de mandatos e, muito importante, proporemos um código de conduta que impeça conflitos de interesse entre membros dos órgãos sociais e entre membros dos órgãos sociais e accionistas”, detalhou.

Sobre a luta eleitoral, sobretudo com Luís Filipe Vieira, Noronha Lopes reconhece o trabalho feito pelo actual presidente, mas aponta-lhe, neste momento, “incoerência, desorientação, contradição e incapacidade de aprender com os erros”. “Chegámos ao fim de um ciclo”, disparou, sobre o mandato de Vieira.

Quarto candidato

João Noronha Lopes é o quarto candidato à presidência do Benfica. Rui Gomes da Silva, Luís Filipe Vieira e Bruno Costa Carvalho são os restantes, ainda que a candidatura deste último deva ser recusada pela Mesa da Assembleia Geral, já que o benfiquista não tem os 25 anos de sócio que os estatutos requerem.

E Noronha Lopes, apesar das respostas telegráficas, não pareceu estar disponível para se juntar a outras candidaturas, de forma a fazer frente a Vieira. “O que faz falta é debater ideias. Espero que haja vários candidatos”, respondeu.

Recorde-se que, descontando a eleição em 2003, Vieira nunca teve mais do que um adversário nas eleições – já concorreu duas vezes sozinho, venceu Bruno Costa Carvalho em 2006 e Rui Rangel em 2012.

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