No primeiro comício da sua campanha, Kanye West propôs dar um milhão de dólares a quem tiver um bebé

O rapper inaugurou a campanha para as eleições presidenciais de Novembro com um comício na Carolina do Sul. Num discurso desarticulado, Kanye propôs dar um milhão de dólares a quem tiver um bebé.

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Kanye West anunciou a sua candidatura a 4 de Julho, Dia da Independência dos Estados Unidos MICHAEL REYNOLDS/EPA

O rapper norte-americano Kanye West, que anunciou recentemente a candidatura a Presidente dos Estados Unidos, realizou o primeiro comício no domingo, propondo recompensar com um milhão de dólares quem tenha um bebé, para desencorajar o aborto.

Usando um colete à prova de bala com a palavra “segurança”, o rapper fez um discurso desarticulado perante centenas de pessoas, em North Charleston, no estado da Carolina do Sul, naquele que foi o primeiro evento da campanha.

Questionado pela audiência sobre o aborto, Kanye começou a chorar, recordando que o pai quis interromper a gravidez da mãe, e que ele próprio pensou fazer o mesmo quando a sua mulher, Kim Kardashian, engravidou. “Quase matei a minha filha”, disse, citado pela agência de notícias Efe.

O rapper disse acreditar que o aborto deveria ser legal, mas propôs dar “um milhão de dólares” às mulheres que decidam ter um bebé, para as desencorajar de porem fim à gravidez.

O anúncio do rapper de que concorreria às eleições presidenciais de Novembro suscitou especulação sobre se estaria à procura de publicidade ou a tentar favorecer o Presidente Donald Trump. Em entrevista à revista Forbes a 8 de Julho, o rapper disse que retirou o apoio a Trump porque a actual governação é “um caos”. Na mesma entrevista, também afirmou que teve covid-19 em Fevereiro e que já tinha recuperado da doença.

O site TMZ também noticiou que a família do músico está preocupada com a possibilidade de Kanye estar a sofrer um episódio maníaco, depois de o rapper ter anunciado à mesma revista, em 2018, que não estava a tomar a medicação para a doença bipolar.

O músico, que anunciou que iria concorrer como independente, já conseguiu registar-se no estado do Oklahoma. De acordo com a agência de notícias Associated Press, a sua passagem pela Carolina do Sul visava recolher assinaturas para poder concorrer também naquele estado. O músico tem de recolher dez mil assinaturas até ao meio-dia de segunda-feira para poder participar na votação na Carolina do Sul, de acordo com a lei estatal.

Não é claro o que o futuro reserva para a campanha do rapper, que até há algumas semanas apoiava Trump, dado que o prazo para registar a candidatura já terminou em meia dúzia de estados e os requisitos para o fazer nos restantes são complexos.

Kanye West registou no entanto o seu partido na Comissão Eleitoral Federal, na semana passada, tendo nomeado a formação política que criou de Birthday Party (Partido do Aniversário), explicando que, caso vença as presidenciais, vai ser o “aniversário de toda a gente”.

A candidatura do músico de 43 anos à Casa Branca foi anunciada a 4 de Julho, Dia da Independência dos EUA.

Esta não é a primeira vez que Kanye, a estrela mais bem paga em 2020, de acordo com a revista Forbes, especula sobre uma possível incursão na política.

Nos últimos anos, Kanye West tem sido um forte defensor da política e da figura de Trump, o qual visitou em 2018 durante uma reunião na Casa Branca para discutir a violência e o sistema prisional nos Estados Unidos. Com um boné vermelho com o slogan “Make America Great Again” ("Tornar a América Grande Outra Vez”, numa das possíveis traduções), o famoso rapper chamou herói ao Presidente e agradeceu-lhe por o fazer sentir “como o Super-Homem”.

Mais tarde, em 2019, reiterou o objectivo de se candidatar à presidência, durante entrevistas promocionais para o seu álbum religioso Jesus is King, embora tenha situado a candidatura em 2024.

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