“Seres vítima numa altura da tua vida não significa que tenhas de o ser a vida toda”

Irene Butter passou décadas sem falar sobre a sua experiência enquanto criança judia numa Amesterdão ocupada e na deportação para o campo de concentração de Bergen-Belsen. Mas, depois de começar, não conseguiu parar. O livro que conta a história de como ela, a mãe e o irmão conseguiram sobreviver ao Holocausto e de como o pai, principal obreiro dessa façanha, morreu às portas da liberdade, chegou esta semana a Portugal.

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Levou muito tempo. Passaram-se várias décadas para que Irene Butter começasse a falar sobre o que lhe acontecera em criança. E mais algumas para transformar as memórias do que foi a sua vida durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto criança judia alemã, num livro. Publicado em 2018, Shores Beyond Shores chega agora a Portugal com o título A Rapariga que Acreditava em Milagres (Casa das Letras). A poucos meses de fazer 90 anos, a mulher pensa apenas um segundo quando lhe perguntam se esta é uma boa definição da jovem que foi. “Não sei se achava que eram milagres na altura, mas, em retrospectiva, sinto que sim”, diz.

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