Número de milionários cresceu 8,8% em 2019

Patrão da Amazon continua a ser o mais rico do mundo. Patrão da Zara e Warren Buffett lideram as perdas no último ano entre as grandes fortunas.

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Warren Buffett (8.º) JIM URQUHART/Reuters
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Mark Zuckerberg (3.º) BRIAN SNYDER/Reuters
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Jeff Bezos (1.º) MICHAEL REYNOLDS/EPA
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Bill Gates (2.º) Reuters
,Chefe executivo
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Bernard Arnault (4.º) IAN LANGSDON/EPA
,Estados Unidos
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Larry Ellison (10.º) Reuters
,Inditex
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Amancio Ortega (14.º) Reuters
,Alphabet Inc.
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Serguey Brin (7.º) Reuters
,Índia
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Mukesh Ambani (9.º) Reuters
,Alphabet Inc.
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Larry Page (6.º) Reuters
Marcus Antonius
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Steve Ballmer (5.º) Reuters

O mundo dos endinheirados continua de vento em popa. Apesar dos soluços de alguns milionários como Amancio Ortega, dono do império Zara, ou de Warren Buffett na lista de bilionários da agência Bloomberg (veja quem são os dez mais ricos na galeria de fotos acima), o número de grandes fortunas e de milionários cresceu 8,8% em 2019, face a 2018.

Os dados são do relatório anual sobre a riqueza no mundo, da consultora Capgemini, hoje divulgado. Por regiões, o maior crescimento ocorreu na América do Norte (crescimento de 10,9%), Médio Oriente (mais 9,3%) e Europa (mais 8,7%). É a primeira vez, desde 2012, que a América do Norte bate a região da Ásia-Pacífico (mais 7,6%) em termos de crescimento.

Na edição 2020, o relatório diz que, entre Fevereiro e Março, a pandemia “limpou” 18 biliões de dólares (cerca de 15,9 biliões de euros ao câmbio actual) dos mercados globais, acrescentando que muitos dos chamados high net-worth individuals estão “descontentes” com os custos de gestão das fortunas cobrados por quem lhes gere os activos. Curiosamente, ou não, o banco suíço USB anunciou recentemente que, a partir de 7 de Julho, passa a prestar serviços de gestão estratégica a custo zero a alguns clientes super-ricos.

Apesar do “Brexit”, das “guerras” EUA-China, da instabilidade geopolítica global, o ano de 2019 tornou os mais ricos ainda mais ricos. A fortuna avaliada em 68,1 biliões de dólares em 2018 valia já 74 biliões em 2019, suplantando a fasquia dos 70 biliões, pela segunda vez, depois de 2017.

O mesmo relatório evidencia também a enorme concentração geográfica dos mais ricos: quatro países apenas reúnem 61,6% das grandes fortunas, sendo eles EUA, Japão, Alemanha e China, por ordem decrescente. Seguem-se França, Reino Unido, Suíça, Canadá, Itália, Holanda e a Austrália encerra a lista dos dez países com mais ricos.

Mesmo dentro dos mais ricos, há uma grande estratificação. Os chamados “ultra-ricos”, com fortunas acima dos 30 milhões de dólares são 183.400, ou 0,9% dos ricos, e detêm 33,6% da riqueza das grandes fortunas. Os chamados ricos mid-tier (que ficam no escalão do meio), com fortunas entre cinco e 30 milhões de dólares, são 1,75 milhões de pessoas, ou 9% dos ricos, que têm na posse delas 22,6% da riqueza dos ricos.

Já os chamados “ricos de todos os dias”, com fortunas entre um e cinco milhões de dólares, são 17,6 milhões de pessoas (90,1% dos ricos),  e são os que detêm a maior fatia, 43,8%da riqueza.

São fortunas estratosféricas para o grosso dos sete mil milhões de humanos que vivem no planeta e que passam ao lado do mundo de privilégio destas quase 20 milhões de pessoas, cujas vidas pautadas por sucesso financeiro foram, nalguns casos, afectadas por reduções drásticas nos últimos anos.

É isso que mostra o ranking de bilionários da Bloomberg. Warren Buffett, um dos melhores gestores de investimento do mundo, viu a fortuna cair 20 mil milhões de dólares nos últimos 12 meses, em parte por boas razões: Buffett, de 89 anos, continua fortemente empenhado em doações filantrópicas - a mais recente no valor de quase três mil milhões de dólares.

O bilionário de Omaha (apelidado o “oráculo de Omaha”, dada a sua capacidade demonstrada, ao longo de décadas, de prever bons investimentos e gerar retornos elevados) era o quinto mais rico naquela lista em Junho e caiu para oitavo agora em Julho, sendo ultrapassado pelo antigo presidente executivo da Microsoft, Steve Ballmer, e pelos fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin.

Aliás, numa lista liderada pelo dono da Amazon, Jeff Bezos, que continua a ver a fortuna crescer, sete dos dez primeiros são nomes ligados ao mundo empresarial da tecnologia, com o reformado Bill Gates em segundo lugar e o pai do Facebook, Mark Zuckerberg, em terceiro.

Entre os 20 mais ricos, destaque ainda para o fundador do grupo Inditex, dono da Zara. O espanhol Amancio Ortega está em 14.º lugar e registou a segunda maior quebra na riqueza, depois de Buffett. Ortega, de 84 anos, detém 54% da Inditex, tem uma fortuna avaliada em 56,1 mil milhões de dólares, menos 25,6% do que há um ano, o que se traduz numa quebra de 19,3 mil milhões de dólares.

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