Governo americano atribui empréstimos a editoras discográficas para equilibrar as contas que a pandemia complicou

Lojas de discos, espaços de espectáculos e fabricantes de vinis também estão contemplados nos apoios do Programa Paycheck Protection.

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Nuno Ferreira Santos

Esta segunda-feira, 6 de Julho, a Administração de Pequenas Empresas dos Estados Unidos divulgou a lista completa de todas as entidades que receberam ou vão receber apoios no âmbito da iniciativa governamental Paycheck Protection Program, um programa de empréstimos criado para as empresas conseguirem continuar a pagar os salários aos seus trabalhadores durante a crise pandémica. Dessa lista fazem parte várias editoras discográficas norte-americanas, entre as quais a Third Man Records, de Jack White, a Dreamville, de J. Cole, a Stones Throw e a Sub Pop, entre outras.

Segundo a Pitchfork, a Sub Pop, a Third Man e a Knitting Factory Records, que detém a colecção do lendário Fela Kuti, mestre do afrobeat, terão recebido um “valor mínimo” de pouco mais de 310 mil euros. A Dreamville – casa de hip-hop que, neste momento, tem na folha de artistas nomes como Ari Lennox, Bas, Lute, J.I.D. e os frenéticos Earthgang, de Atlanta – foi apoiada com 133 mil euros, o mesmo valor atribuído às gravadoras independentes Dim Mak, Rostrum e Cleopatra, todas de Los Angeles. A Stones Throw, editora ecléctica com hip-hop, funk, soul, rock experimental e música electrónica no seu catálogo, terá recebido “entre um e dois milhões de dólares”, escreve a publicação norte-americana.

Dentro da indústria musical, os apoios também se estenderam a lojas de discos, espaços de espectáculos e entidades como o Grammy Museum, que se mantém encerrado devido à pandemia, ou a fabricante de vinis Gotta Groove Records. A Yeezy LLC, marca de sapatilhas criada por Kanye West – que há três dias, ironicamente ou não, anunciou que vai candidatar-se à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2020 –, está igualmente contemplada no programa.

Na semana passada, a organização britânica Concert Promoters Association lançou a campanha “Let the music play” (“Deixem a música tocar”), através da qual tem pedido a Oliver Dowden, responsável pela pasta cultural do Reino Unido, que se comprometa com medidas de apoio para resgatar um sector que, “no melhor dos cenários”, não conseguirá operar normalmente até 2021. “O apoio governamental”, alerta a associação, “será crucial para evitar insolvências em massa” dentro das diferentes estruturas que compõem o tecido artístico do território.

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