CDS-PP defende “choque de tesouraria” para evitar insolvências e desemprego

Francisco Rodrigues dos Santos visitou, em Braga, algumas empresas de montagem de estruturas de eventos.

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Francisco Rodrigues dos Santos LUSA/HUGO DELGADO

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, instou nesta terça-feira o Governo a “injectar liquidez” e fazer “um choque de tesouraria” nas empresas, para evitar que mais tarde tenha de “gastar muito mais” em prestações sociais.

Em Braga, depois de ter visitado algumas empresas de montagem de estruturas de eventos, Francisco Rodrigues dos Santos disse que não se compreende como é que há dinheiro para a TAP e para o Novo Banco, mas já não há para apoiar aquele sector, que emprega 100 mil trabalhadores e representa um volume de negócios de cerca de 700 milhões de euros.

“O Estado tem de tomar uma opção: ou injecta liquidez e faz um choque de tesouraria na economia ou mais tarde vai ter de gastar muito mais dinheiro ao nível de prestações sociais, como o subsídio de desemprego, e vai destruir um dos sectores mais importantes da nossa economia, que é o sector dos serviços”, referiu.

Rodrigues dos Santos dedicou a manhã à visita a empresas de montagem de estruturas de eventos, como tendas, um sector que, como sublinhou, continua “absolutamente confinado”, uma vez que ainda não pôde retomar a sua actividade, face aos ainda baixos índices de confiança dos consumidores.

Como sublinhou o líder do CDS, as empresas do sector não estão proibidas por decreto de exercer a sua actividade, mas na prática é como se estivessem, por falta de solicitações do mercado.

Por isso, defendeu que são necessários apoios directos e indirectos por parte do Estado, “para que essas empresas possam sobreviver”.

Para o CDS, a solução passa, necessariamente, pelo prolongamento do layoff simplificado até ao final do ano.

Paralelamente, o partido considera ainda “fundamental” que o Estado pague o que deve às empresas, em vez de acumular dívidas a fornecedores que já ascendem a 1.624 milhões de euros.

“Numa altura em que as empresas têm os cofres vazios e continuam a suportar nem que seja um terço dos salários dos trabalhadores, o Estado tem de ser rápido a pagar aquilo que deve às empresas e a colocar dinheiro a circular na economia”, defendeu Francisco Rodrigues dos Santos.

Defendeu ainda o fim dos pagamentos por conta, o deferimento do pagamento do IRC e a duplicação do valor das linhas de crédito, com uma percentagem garantida pelo Estado a fundo perdido.

“O Estado tem de ter um papel de aliado da nossa economia e não de adversário”, defendeu.

Para o líder centrista, o Estado tem posto certos sectores da economia na “primeira liga” das suas preocupações, deixando outros para trás.

“Quando é necessário injectar dinheiro na TAP, aparecem 1,2 mil milhões de euros. Quando é necessário injectar um novo envelope financeiro para o Novo Banco, também aparecem de repente 800 milhões de euros. Mas para apoiar estes empresários, que empregam 100 mil trabalhadores e representam cerca de 750 milhões de euros de volume de negócios, que são um serviço altamente competitivo e diferenciado do ponto de vista exportador, não têm qualquer tipo d apoio. Isto não se percebe”, concluiu.

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