Quercus afirma que novo amendoal ameaça ambiente em Idanha-a-Nova

Os ambientalistas falam de recursos hídricos ameaçados, solos e Reserva Ecológica Nacional (REN) destruída, numa área de 300 hectares.

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Ines Fernandes / Publico

A instalação de um novo projecto de amendoal super-intensivo na biorregião de Idanha-a-Nova foi alvo de denúncia na Quercus, esta sexta-feira, que exigiu que as autoridades “façam cumprir a lei para proteger o ambiente e a saúde pública”.

“Mais um projecto de instalação de amendoal super-intensivo em Idanha-a-Nova, em pleno Geoparque Naturtejo, na biorregião de Idanha-a-Nova e nas proximidades do Parque Natural do Tejo Internacional, que ameaça a saúde pública e o ambiente”, refere, em comunicado, a Quercus.

“A Quercus verificou no terreno mais um crime ambiental numa propriedade em Idanha-a-Nova perto da localidade do Ladoeiro, onde estava a ser destruída, de forma ilegal, toda a galeria ripícola em várias linhas de água, com grandes mobilizações dos solos em clara violação da REN e das boas práticas ambientais agrícolas previstas pela União Europeia. Estas “limpezas” são trabalhos de preparação para instalação de mais um amendoal intensivo em Idanha-a-Nova”, sustentam.

Adiantam que vão continuar a acompanhar este caso e exigir que as autoridades façam cumprir a lei e obriguem o proprietário a repor a situação inicial, promovendo a plantação e regeneração das galerias ripícolas destruídas.

“A área de projecto, pela sua grande dimensão, interfere inevitavelmente com o equilíbrio dos ecossistemas naturais presentes. Devido às mobilizações de terras, alteração do relevo, sendo de salientar que a movimentação de terras e terraplanagens tornam os impactes parcialmente irreversíveis. É de salientar que a destruição e/ou remoção do coberto vegetal, compactação do solo, são impactes negativos, directos, de magnitude elevada e significativos”, sublinham.

Os ambientalistas realçam ainda que a destruição dos “habitats” existentes no terreno constitui um dos principais impactes sobre a fauna, uma vez que estes proporcionam refúgio e alimento.

“A Quercus exige que as autoridades reforcem a fiscalização e façam cumprir a lei para proteger o ambiente e a saúde pública”, concluem.

Já em Março, tinham denunciado a instalação de outro amendoal super-intensivo no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, numa propriedade em Vale Serrano.

Os ambientalistas explicavam que o projecto, na altura em consulta pública, previa gastar 100 mil euros por ano em pesticidas e tratamentos agrotóxicos, e adiantavam que só em glifosato estava previsto a aplicação de mais de 600 quilos por ano.

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